Informações

Dicas

MANUAL DE EXAMES - TOXICOLÓGICOS

2,5-hexanodiona urinária

Comentários

 

Dosagem utilizada na monitorização biológica da exposição ao n-hexano. Após o processo de biotransformação do n-hexano, o principal produto excretado na urina é a 2,5-hexanodiona. O n-hexano é prontamente absorvido por qualquer via, porém a intoxicação comumente ocorre pela inalação de seus vapores nas exposições ocupacionais ou quando é usado como droga de abuso por “cheiradores de cola”. A excreção urinária da 2,5-hexanodiona atinge pico 16 a 24 horas após a exposição, aumentando com a intensidade da exposição. A exposição simultânea ao tolueno inibe a excreção urinária da 2,5- hexanodiona. Deve-se lembrar que este metabólito não é específico do n-hexano, podendo ser formado a partir da metil n-butilcetona e da metil-etilcetona.

Método

 

Cromatografia gasosa após hidrólise ácida

 

Valor  de  referência

Não definido pela NR-7, 1994, MT/Br

IBMP: 5,0mg/g  de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

 

Condição

 

50,0mL de urina recente ao final da jornada de trabalho. Recomenda-se evitar a primeira jornada da semana.

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 2º e 8ºC.

 

 

 

Acetona

Comentários

 

Níveis elevados de acetona no sangue podem ser encontrados na exposição ocupacional à acetona e ao isopropanol, na cetoacidose diabética e no jejum prolongado. Na exposição ocupacional à acetona, cerca de 70% da concentração inalada da acetona é rapidamente absorvida pelo trato respiratório, apresentando meia-vida de 6 horas. O seu principal efeito tóxico ocorre no sistema nervoso central, além de causar broncoespasmo, bradicardia e hipotermia.

Método

 

Cromatografia gasosa (headspace)

Informações  necessárias

 

Informar  se  é diabético.

 

SANGUE

Valor de  referência

 

<  2,0mg/dL

Exposição ao  isopropanol: menor  que 5mg/dl (EUA,  ACGIH-BEI)

 

NOTA: A legislação brasileira (NR-7) não estabelece valores de referência ou IBMP para a dosagem de acetona plasmática.

Condição:

 

5,0mL de plasma fluoretado.

Conservação  de  envio

 

Até 5 dias entre 0º e -  20ºC.

 

URINA

Valor de  referência

  <  0,3mg/dL

  Exposição ocupacional à acetona: <  10mg/dL (EUA,  ACGIH-BEI)

  Exposição ocupacional ao isopropanol: <  5mg/dL (EUA,  ACGIH-BEI)

 

NOTA: A legislação brasileira (NR-7) não estabelece valores de referência ou IBMP para a dosagem de acetona urinária.

 

Condição

 

50,0mL de urina recente ao final da jornada de trabalho. Recomenda-se evitar a primeira jornada da semana.

Conservação  para  envio

Até 5 dias entre 0º e -  20ºC.


 

 

                                                                                                1


 

Ácido  delta-aminolevulínico  -  ALA-U

Comentários

 

O ALA-U é um indicador biológico que reflete a interferência do chumbo na síntese do heme. O chumbo inibe as enzimas ácido delta-aminolevulínico desidratase (ALA-D), coproporfirinogêneo descarboxilase e a ferroquelastase. Assim, os substratos dessas reações (ácido delta-aminolevulínico, coproporfirinogêneo III, protoporfirina) se acumulam. O ALA, em razão do baixo peso molecular, atravessa a membrana dos eritrócitos, eleva-se no soro e finalmente é excretado na urina. Elevações do ALA-U são observadas quando os níveis de chumbo no sangue (Pb-S) alcançam 35 a 45mcg/dl. Também eleva-se nos casos de porfiria intermitente e tirosinemia hereditária, independente da ocorrência de exposição ao chumbo. Os valores do ALA-U > 3mg/g de creatinina correlacionam-se com Pb-S acima de 20 mcg/dl com sensibilidade de 92% e especificidade de 90%. O uso de barbitúricos, clordiazepóxido, cloroquina, clorpropamida, diazepam, ergotamina, estrógenos, etanol, hidantoína, sulfamídicos pode interferir na sua determinação.

Método

 

Colorimétrico

Valor de  referência

  até 4,5mg/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

  IBMP 10,0mg/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

- 10mL de urina recente (urina início ou final da jornada de trabalho). - Recomenda-se iniciar a monitorização após 1 mês de exposição.

 

-  Usar  ácido acético 8M  (1,0mL/100,0 ml de urina)  de forma a atingir  um  pH   entre 4,0 e 4,5).

 

Laboratórios

Informar  tipo de urina enviado.

 

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 2º  e 8ºC.

 

 

 

Ácido  delta-aminolevulínico  desidratase   -   ALA-D

Comentários

 

É um indicador biológico sensível ao chumbo, que inibe a atividade desta enzima. Apresenta uma correlação negativa com os níveis de chumbo sangüíneo na faixa de 10 a 60mcg/dL. Devido à grande capacidade de reserva da enzima no organismo humano, a inibição observada não representa prejuízo imediato à saúde. A sua determinação não distingue exposição moderada de acentuada. Também diminui na deficiência de ALA-D e tirosinemia hereditária. Deve-se ressaltar que valores baixos podem resultar da não conservação adequada da amostra e outros interferentes: álcool, tabaco, arsênico e cádmio.

Método

 

Colorimétrico

 

Valor  de  referência

30 a 60U/L Eritrócitos

 

Condição

7,0mL de sangue total (heparina).

 

Laboratórios

 

Enviar em frasco protegido da luz (usar frasco âmbar). Informar local, data e horário da coleta. Enviar o mais rápido possível. O exame tem que ser realizado no mesmo dia da coleta.

Conservação  para  envio

 

Até 24 horas entre 2º e   8ºC.

SOMENTE PARA LABORATÓRIOS DE BELO HORIZONTE.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2

 

 

 

 


Ácido  fenilglioxílico

Comentários

 

O ácido fenilglioxílico é um indicador biológico da exposição ocupacional ao estireno. O estireno (feniletileno) é um solvente utilizado na produção de polímeros plásticos, borrachas e resinas, sendo neurotóxico e hepatotóxico. Seu metabolismo é hepático, tendo como metabólitos urinários principais o ácido mandélico (85%) e o ácido fenilglioxílico (10%). O álcool inibe o metabolismo do estireno. A excreção urinária desses metabólitos ocorre em duas etapas: 6 a 7 horas após a exposição e 16 horas após o término da mesma. O ácido fenilglioxílico é um composto instável e pode apresentar perdas se a amostra for mantida em temperatura ambiente. A relação ácido mandélico/ácido fenilglioxílico varia com a concentração ambiental do estireno, sendo maior em concentrações mais elevadas deste.

Método

 

Cromatografia Líquida de Alta  Performance -  HPLC

 

Valor de  referência

Não definido pela NR-7, 1994, MT/Br

IBMP para Estireno 240 mg/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

-  50mL de urina  (final da jornada de trabalho).

 

-  Colher  durante as últimas 4 horas da jornada de trabalho.

-  Não deve ser  colhido no 1o  dia  da jornada semanal.

Conservação  para  envio

Até 10 dias entre 2o  e 8oC.

 

 

Ácido  hipúrico

Comentários

 

O ácido hipúrico é o principal metabólito urinário do tolueno (solvente para óleos, borrachas e tintas), sendo o indicador biológico da exposição a este solvente. O ácido hipúrico é um metabólito normal do organismo humano, podendo também advir de dietas ricas em ácido benzóico: frutas (ameixa, pêssegos), grãos verdes de café, alimentos conservados com benzoatos, massa de tomate, mostarda, refrigerantes e alguns tipos de pães. Antidepressivos IMAO, femprobamato, dietilpropiona e cocaína podem aumentar a excreção urinária do ácido hipúrico. Paracetamol, etanol, tabagismo e exposição concomitante ao benzeno inibem a biotransformação hepática do tolueno, acarretando em concentrações urinárias baixas.

Método

 

Cromatografia Líquida de Alta  Performance -  HPLC

 

Valor de  referência

  até 1,5g/g  de creatinina (NR-7,  1994, MT/Br)

  IBMP 2,5g/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

-  50mL de urina (final da jornada de trabalho).

 

- Colher durante as últimas 4 horas da jornada de trabalho em frasco âmbar. - Não deve ser colhido no 1o dia da jornada semanal.

Conservação  para  envio

Até 10 dias entre 2o  e 8oC.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                3


Ácido  mandélico

Comentários

 

O ácido mandélico é um indicador biológico da exposição ocupacional ao estireno e ao etil-benzeno. O estireno (feniletileno) é um solvente utilizado na produção de polímeros plásticos, borrachas e resinas, sendo neurotóxico e hepatotóxico. Tem metabolismo hepático, tendo como metabólitos urinários principais o ácido mandélico (85%) e fenilglioxílico (10%). O álcool tem a capacidade de inibir o metabolismo do estireno. A excreção urinária desses metabólitos ocorre em duas etapas: 6 a 7 horas após a exposição e 16 horas após o término da mesma. O ácido mandélico correlaciona-se melhor com os níveis de exposição ambiental que o ácido fenilglioxílico. A relação ácido mandélico/ácido fenilglioxílico varia com a concentração ambiental do estireno, sendo maior em concentrações mais elevadas deste.

Método

 

Cromatografia Líquida de Alta  Performance -  HPLC

 

Valor de  referência

Não definido pela NR-7, 1994, MT/Br

  IBMP para Estireno 0,8g/g de  creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

  IBMP para Etil-Benzeno  1,5g/g de  creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

-  50mL de urina (final da jornada de trabalho).

-  Não deve ser  colhido no 1o  dia  da jornada semanal.

Conservação  para  envio

Até 10 dias entre 2o  e 8oC.

 

 

Ácido  metil-hipúrico

Comentários

 

É é o indicador biológico da exposição ocupacional ao xileno. O ácido metil-hipúrico representa mais de 95% da fração metabolizada dos xilenos (dimetilbenzenos). Os xilenos são utilizados como thinner para tintas e lacas, agentes de limpeza além de outros usos industriais. A primeira fase da excreção do ácido metilhipúrico ocorre nas primeiras 10 horas e a segunda em torno de 48 horas após exposição. Ingestão de álcool inibe a biotransformação do xileno, diminuindo a excreção de seu metabólito na urina.

Método

 

Cromatografia Líquida de Alta  Performance  -  HPLC

Valor de  referência

 

Não definido pela NR-7, 1994, MT/Br

IBMP 1,5g/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

-  50mL de  urina (final da jornada de trabalho).

-  Colher  durante as últimas 4 horas da jornada de trabalho em  frasco âmbar.

-  Não deve ser  colhido no 1o  dia  da jornada semanal.

Conservação  para  envio

 

Até 10 dias entre 2o  e 8oC.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4                                        


Ácido  trans,  trans-mucônico

Comentários

 

O ácido trans,trans-mucônico (ATTM) é um indicador biológico de exposição ao benzeno. O uso industrial do benzeno vem decrescendo, tendo em vista a proibição de seu uso como solvente industrial. As fontes de contaminação ocupacional são as indústrias de síntese química e petroquímica. O ATTM é um indicador biológico mais sensível e específico que o fenol, que até 1994, era indicador da exposição ao benzeno. A exposição conjunta ao benzeno e tolueno diminuem a concentração urinária do ATTM. Tabagistas têm maior excreção urinária. A monitorização biológica da exposição ocupacional ao benzeno segue o estabelecido pela Portaria 34 (Ministério do Trabalho, 2001).

Método

Cromatografia Líquida de Alta  Performance -  HPLC

 

Valor de  referência

 

0,5mg/g de creatinina (ACGIH/BEI) IBMP: não definido pela NR-7.

 

Correlação  entre  concentrações  de  acido  trans,trans-mucônico  e  níveis  de  benzeno no  ar (Portaria  34,  2001)

 

Benzeno  no  ar  (ppm)

ATTM urinário

 

(mg/g  creatinina)

 

 

 

0,6

1,3

 

1,0

1,6

 

2

2,5

 

4

4,2

 

6

5,8

 

Condição

 

-  5,0mL de urina final de jornada de trabalho.

-  Colher  a partir  do 3o  dia da jornada semanal.

Conservação  para  envio

Até 10 dias entre 2o  e 8oC.

 

 

Ácido  tricloroacético

Comentários

 

A dosagem urinária do ácido tricloroacético (TCA) é o indicador biológico da exposição ao tetracloroetileno (percloretileno). O tetracloroetileno é usado no desengraxamento de peças metálicas, em lavagens a seco e na indústria têxtil. Apenas 3% do tetracloroetileno absorvido é metabolizado a TCA. Pequena parte do TCA é reduzido a tricloroetanol (TCE). Fenobarbital ou outros indutores enzimáticos podem aumentar a metabolização do tetracloroetileno a TCA. A dosagem urinária do TCA tem boa correlação com a exposição, mas não com o efeito biológico. Deve-se ressaltar que outros compostos clorados (tricloroetileno, tricloroetano e hidrato de cloral) também produzem o TCA.

Método

Colorimétrico

 

Valor de  referência

 

Não definido pela NR-7, 1994, MT/Br

IBMP: Exposição ao tetracloroetileno  Ácido tricloroacético: 3,5  mg/L (NR-7 1994, MT/BR).

 

Condição

 

-  50mL de urina recente (início da última jornada da semana).

-  Enviar  em  frasco protegido da luz (usar  frasco âmbar).

 

Conservação  para  envio

 

Até 6 dias entre 2o  e 8oC.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                5


Alumínio

Comentários

 

A principal utilização da dosagem do alumínio encontra-se nos pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise. Nestes, a falha da depuração renal, associada a medicamentos e líquido dialítico contendo o metal podem acarretar encefalopatia, doença óssea resistente à vitamina D e anemia microcítica. Na análise de um resultado de alumínio deve-se inicialmente afastar a possibilidade de contaminação da amostra desde a sua coleta até seu processamento, o que exige grande precaução. Ressalta-se que o alumínio está amplamente distribuído no ambiente, em utensílios e medicamentos. Assim, em um indivíduo saudável, valores de alumínio acima dos valores de referência devem ser confirmados em novas amostras, afim de se afastar elevações espúrias. O teste de mobilização com desferroxamina (DFO) é útil na avaliação dos níveis corporais de Alumínio. A DFO extrai Al dos tecidos, aumentando seu nível sérico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária estabelece na Portaria no 82, de 3 de janeiro de 2000, o controle da concentração sérica do Al em pacientes submetidos à tratamento hemodialítico. A dosagem do alumínio na urina pode ser utilizada para monitorização de exposição ocupacional.

Método

 

Espectrofotometria de absorção  atômica (forno de grafite com  corretor  Zeeman)

Informações  necessárias

 

Informar obrigatoriamente: se está em tratamento com medicamento a base de alumínio (antiácidos), se possui história de insuficiência renal crônica, se faz tratamento de hemodiálise.

 

Atenção: Lembrar que o alumínio é um elemento abundante e precauções especiais deverão ser tomadas para evitar possível contaminação da amostra. Não utilize luvas de látex para manipular amostras e materiais para análises de elementos em baixas concentrações.

Conservação  para  envio

 

Até 7 dias entre 2o  e 8oC.

 

SANGUE

Valor de  referência

 

< 10,0µg/L Nota: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Portaria número 82, de 3 de janeiro de 2000) estabelece parâmetros para avaliação dos níveis de alumínio em pacientes portadores de insuficiência renal crônica:

  Valores <  30  µg/L exames anuais

  Valores >  30  µg/L realizar  teste da Desferroxamina (DFO)

Condição

3,0mL de  soro.

 

Paciente em  hemodiálise: coletar  nos últimos 60 minutos da sessão de diálise.

 

Laboratórios

-Enviar  material no tubo de transporte do kit fornecido pelo IHP.

 

-O contato do sangue com metais, vidro, borracha, poeira e alguns tipos de plástico (polietileno) pode contaminar a amostra.

 

-Instruções para o uso do kit para dosagem de metais em geral: -Proceder a coleta utilizando o tubo de rolha branca;

 

-Pelo fato de não haver  ativador  de coágulo, não e  necessário a homogeneização do tubo pós-coleta;

 

-Após a coleta, manter o tubo na posição vertical, até a completa coagulação, mantendo em temperatura ambiente; - Não refrigerar;

 

-Como o Tubo é de plástico PET, o tempo de coagulação completa e retração do coágulo é maior que em tubos de vidro;

 

-Após  a  coagulação  e  a  total  retração  do  coágulo,  identificada  pela  presença  de  soro  livre  acima  da  camada  de

 

hemácias, proceder a centrifugação do material até a obtenção do soro livre em quantidade suficiente; -NÃO CENTRIFUGAR ANTES DE OBSERVAR A COMPLETA RETRAÇÃO DO COÁGULO, pois pode haver a coagulação superficial da fibrina, que forma uma camada que retém o soro e impede a sua transferência para o tubo de transporte;

 

-Se houver a formação do coágulo de fibrina, não introduzir ponteiras, pipetex ou palitos de madeira no interior do tubo, pois este procedimento poderá gerar contaminação exógena do soro por metais, falseando o resultado; -Após a retração do coágulo e a centrifugação, destampar o tubo de transporte e transferir o soro tubo a tubo.

 

-A transferência do soro ao tubo de transporte é crítica, não devendo ser utilizado pipetas. Deve ser executada de forma rápida em bancada previamente limpa, sem poeiras e que não tenha tido contato com vidrarias, metais, borrachas e alguns tipos de plástico (polietileno).

-Tampar  o tubo de transporte e enviar  refrigerado (2ºC a 8ºC).

 

(continua)


 

 

 

6                                        


URINA

Valor de  referência

Não expostos até 15µg/L

Exposição ocupacional até 200µg/L (DFG/BAT)

Condição

 

3,0mL de urina recente.

Laboratórios

 

Enviar  a amostra em  frasco plástico desmineralizado.

 

Procedimento para desmineralização de recipiente para urina: Deixar o material (preferencialmente virgem) em imersão em solução de ácido nítrico 5% a 10% por 48 horas. Enxágüe no mínimo 3 vezes em H2O, preferencialmente, água tipo especial. Secar em estufa a ± 60oC (o recipiente de secagem deverá ser coberto com papel filtro, preso com elástico). Mantenha sempre protegido contra poeiras.

 

 

 

Arsênico

Comentários

 

Existem compostos de arsênico orgânicos, os quais são atóxicos, e compostos inorgânicos que são responsáveis por intoxicações. O arsênico inorgânico é utilizado em compostos farmacêuticos, na fabricação de cerâmica, vidro, metalurgia, tintas, semicondutores, pesticidas e preservativos de madeira, bem como na mineração e fundição. Exposição não ocupacional ao arsênico inorgânico pode advir de poços de água, leite, grãos e bebidas contaminados pelo metal. Formas atóxicas estão presentes em muitos alimentos, principalmente, em mariscos, crustáceos e peixes. Este fato tem importância na avaliação laboratorial, pois, embora não acarrete dano ao ser humano, o arsênico orgânico pode causar elevações na excreção urinária do arsênico total. Embora a dosagem do arsênico no sangue possa ser realizada, o melhor indicador laboratorial da intoxicação é a sua determinação em urina de 24 horas. Níveis urinários apresentam pico um a dois dias após a exposição. Também considera-se aceitável a determinação do arsênico em urina recente. A legislação atual, através da NR-7, estabelece os valores de referência e o índice biológico máximo permitido (IBMP). Recomenda, ainda, o início da monitorização após 6 meses de exposição e coleta da amostra no início do último dia da jornada semanal.

Método

Espectrofotometria de absorção  atômica (Gerador  de  Hidretos)

 

URINA

Valor de  referência

  até 10,0µg/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

 

  IBMP 50,0µg/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

-  50,0mL de  urina (urina início ou final jornada  de  trabalho -  urina recente -  urina 24h).

 

- Não colher em local de trabalho. Retirar o uniforme, lavar as mãos e a genitália antes de colher. - Durante 3 dias que antecedem o exame, não ingerir frutos do mar.

-  Recomenda-se colher  o material no início da última jornada semanal de trabalho.

Laboratórios

 

Especificar  tipo de urina e informar  volume total.

Conservação  para  envio

 

Até 6 dias entre 2o  e 8oC.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                7


Cádmio

Comentários

 

A monitorização biológica da exposição ao cádmio inclui sua dosagem em sangue e urina, bem como, a determinação da β2-microglobulina na urina. A medida do cádmio urinário é o indicador mais usado para avaliação da carga corporal nas exposições recentes e crônicas e indicado pela legislação atual (NR-7). Nas exposições crônicas, os valores de cádmio urinário começam a se elevar após 6 meses, correlacionando-se significativamente com os níveis de exposição. Considera-se valores superiores a 15 mcg/g creatinina como indicativos de exposição severa. Na presença de resultados elevados, uma segunda amostra deve ser coletada para que se exclua a possibilidade de “contaminações”, uma vez que o cádmio encontra-se amplamente distribuído no ambiente. Deve-se ressaltar, ainda, que 2,3% da população americana têm concentrações de cádmio urinário superiores a 2 mcg/g creatinina e 0,2% têm níveis maiores que 5 mcg/g creatinina. Tabagismo e coleta de espécimes com cateteres urinários podem ser causa de resultados elevados.

Método

Espectrofotometria de absorção  atômica (forno de grafite com  corretor  Zeeman)

 

URINA

Valor de  referência

  até 2,0µg/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

 

  IBMP 5,0µg/g de creatinina  (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

- 10,0mL de urina (urina recente de início ou final jornada de trabalho). - Recomenda-se iniciar a monitorização após 6 meses de exposição.

 

-  Não colher  em  local de trabalho. Retirar  o uniforme, lavar  as mãos e a genitália antes de colher.

 

- O horário de coleta não é crítico desde que o trabalhador esteja em trabalho contínuo nas últimas 4 semanas sem afastamento maior que 4 dias.

Conservação  de  envio

 

Até 5 dias entre 2o  e 8oC.

 

 

Carboxihemoglobina

Comentários

 

A carboxiemoglobina é o indicador da exposição ao monóxido de carbono (CO) e ao diclorometano (cloreto de metileno), conforme exposto na NR-7. Sua ação tóxica advém da forte ligação química que o CO estabelece com o átomo de ferro da fração heme da hemoglobina formando a carboxiemoglobina, pigmento anormal do sangue, incapaz de transportar o oxigênio. O diclorometano produz CO no organismo. Pacientes portadores de hemoglobinas fetais persistentes e hemoglobinas instáveis podem apresentar aumento nos níveis de carboxiemoglobina de até 3%. Amostras lipêmicas, ingestão do azul de metileno, dapsona, anilina, nitratos, naftaleno e sulfas podem também interferir no ensaio. Neonatos e tabagistas apresentam valores mais altos que a população normal.

Método

Co-oxímetro (espectrofotometria)

Valor de  referência

  Não fumante e não exposto ocupacionalmente  até 1,0% (NR-7, 1994, MT/Br)

  IBMP   para diclomometano e monóxido de carbono -  não fumante  até 3,5% (NR-7, 1994, MT/Br)

 

Fumantes (1 a 2 maços/dia) 4,0% a 5,0%Fumantes (mais de 2 maços/dia) 8,0% a 9,0%

 

Condição

-  5,0mL de sangue total (heparina/EDTA).

 

-  Recomenda-se coletar  material de final de jornada  de trabalho.

-  Recomenda-se evitar  a primeira jornada da semana.

 

Informar  se é fumante.

 

-  Pode-se fazer  diferença entre pré e  pós-jornada.

Conservação  para  envio

 

Até 7 dias entre 2º e 8ºC.


 

 

 

 

8                                        


Chumbo

Comentários

 

Chumbo é um metal pesado facilmente encontrado no ambiente e que pode levar à intoxicação aguda ou crônica pela sua ingestão, inalação ou mesmo contato. Níveis elevados de chumbo causam danos nos sistemas cardiovascular, nervoso, reprodutivo, hematológico e renal. Exposição ocupacional ocorre nas indústrias de petróleo, baterias, tintas, cerâmicas, tubulações, cabos, explosivos e quando da utilização de soldas e estruturas que contêm o chumbo como liga. O chumbo tetraetila, composto orgânico cujo estado físico é líquido, não mais está sendo utilizado como aditivo para gasolina. A determinação de chumbo no sangue total (Pb-S) é o melhor teste para detecção de exposição ao metal. A OMS define que níveis de Pb-S acima de 30mcg/dl denotam exposição significativa. Tendo em vista a possibilidade de contaminação durante a coleta, na presença de resultados elevados, um segundo espécime deve ser avaliado antes que se institua qualquer terapia. São considerados críticos aqueles valores de Pb-S superiores a 70mcg/dl na intoxicação aguda, sendo que na exposição crônica, níveis sangüíneos podem não se correlacionar com a severidade da toxicidade. O chumbo urinário (Pb-U) é considerado um indicador biológico de exposição recente menos exato que o Pb-S em função das flutuações em sua excreção. A portaria NR-7 considera o Pb-U como indicador biológico para as exposições ao chumbo tetraetila (orgânico). A via renal representa o mais importante mecanismo de excreção do chumbo. A urina de 24h deve ser preferida, mas em uma emergência amostra de urina recente é aceita.

 

 

SANGUE

Método

Espectrofotometria de absorção  atômica (forno de grafite com  corretor  Zeeman)

 

Valor de  referência

  até 40,0µg/dL (NR-7, 1994, MT/Br)

  IBMP 60,0µg/dL (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

-  2,0mL de sangue total (heparina).

 

- Horário de coleta não é crítico desde que o trabalhador esteja em trabalho contínuo nas últimas 4 semanas, sem afastamento maior que 4 dias.

-  Recomenda-se iniciar  a monitorização após 1 mês de exposição.

 

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 2o  e 8oC.

 

URINA

Método

Espectrofotometria de absorção  atômica (Forno de Grafite com  corretor  Zeeman)

 

Valor de  referência

  até 50,0µg/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

  IBMP 100,0µg/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

- 10,0mL de urina (urina início ou final jornada de trabalho - urina recente - urina 24h). - Recomenda-se coletar amostra de urina no fim do último dia de jornada da semana.

 

-  Não colher  em  local de trabalho. Retirar  o uniforme, lavar  as mãos e a genitália antes de colher.

 

Laboratórios

 

Especificar  tipo de urina e informar  volume total,  horário inicial e final da coleta.

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 2o  e 8oC.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                9


Cobre

Comentários

 

O cobre é um oligoelemento essencial, cofator de diversos sistemas enzimáticos, com importante papel na absorção e no metabolismo do ferro. O cobre sérico é utilizado juntamente com o cobre urinário e a ceruloplasmina no diagnóstico da doença de Wilson, na monitorização de pacientes em nutrição parenteral total ou enteral, no diagnóstico diferencial da cirrose biliar primária, da colangite esclerosante primária e na avaliação da deficiência ou intoxicação por cobre. Cobre sérico alto e ceruloplasmina alta são encontrados na intoxicação por cobre, cirrose biliar primária e colangite esclerosante primária. Cobre sérico baixo é encontrado na doença de Wilson, desnutrição, doença de Menkes e uso de altas doses de vitaminas contendo zinco. Uma vez que a ceruloplasmina é um reagente de fase aguda, condições inflamatórias acarretam em seu aumento, que também se refletem na elevação do cobre sérico. Uso de estrógenos também eleva a ceruloplasmina e o cobre sérico, como observado nos pacientes em uso de anticoncepcionais orais e grávidas. O cobre sérico se eleva durante o uso de ácido valpróico, carbamazepina, fenobarbital e fenitoína. Pode ser baixo nos quadros de hipoproteinemia e terapia com corticosteróide. O cobre urinário aumentado é encontrado na doença de Wilson, síndrome de Menkes, cirrose biliar primária e na intoxicação por cobre. O teste também é utilizado para se avaliar a eficácia da terapia de quelação na doença de Wilson, onde se espera excreção elevada do cobre. Uso de aminoácidos endovenosos (solução de nutrição parenteral), captopril e outras medicações podem quelar o cobre, aumentando sua excreção urinária. Pacientes com síndrome nefrótica apresentam cobre urinário aumentado.

 

Desordens  do  metabolismo  do cobre  (1)

 

 

 

Deficiência

Intoxicação

Intoxicação

Doença  de

Síndrome

Outras

 

nutricional

aguda  por

crônica  por

Wilson

de  Menkes

condições*

 

 

cobre

cobre

 

 

 

Cobre  sérico

ou ↑↑

N ou

ou ↑↑

Ceruloplasmina

N

**

ou ↑↑

Cobre  urinário

ou ↑↑

N

* Tabagismo, inflamações, gravidez, estrógenos; ** pode ser  normal em  <  20 anos.

 

Fonte:   Jacobs DS,  DeMott WR,  Oxley DK. Copper. In: Laboratory Test Handbook. 5th. 2001; 816-8.

SANGUE

 

 

 

 

 

 

Método

 

 

 

 

 

 

Espectrofotometria de absorção  atômica (chama)

 

 

 

 

Valor de  referência

 

 

 

 

 

até 6 meses

   20,0 a

70,0  µg/dL

 

 

 

 

6 meses a 6 anos    90,0 a 190,0  µg/dL

 

 

 

 

6 anos a  12 anos      80,0 a 160,0  µg/dL

 

 

 

 

Homem

   70,0 a 140,0  µg/dL

 

 

 

 

Homem  >  60 anos   85,0 a 170,0  µg/dL

 

 

 

 

Mulher

   80,0 a 155,0  µg/dL

 

 

 

 

Mulher  >  60 anos     85,0 a 190,0  µg/dL

 

 

 

 

Grávidas

118,0 a 302,0  µg/dL

 

 

 

 

Condição

 

1,2 mL de soro

Informações  necessárias

 

Informar  sexo, idade, se paciente  está grávida ou em  uso de  anticoncepcional.

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 2o  e 8oC.

 

 

 

(continua)


 

 

10                                      


URINA

Método

 

Espectrofotometria de absorção  atômica (Forno de grafite com  corretor  Zeeman)

Valor de  referência  -  urina  recente

 

12,0 a 80,0µg/L

Valor de  referência  -  urina  24h

 

15,0 a 60,0µg/24h

Condição

-  10mL de urina (urina recente -  urina 24h).

 

-  Recomenda-se acidificar a urina (pH=2) com HNO36N. Pode-se utilizar outro ácido concentrado para acidificar, observando o pH ideal de 2,0.

 

-  Não colher  em  local de trabalho, retirar  o uniforme, lavar  as mãos e a genitália antes de colher.

 

Laboratórios

 

Informar  volume total, horário inicial e final da coleta.  Assinalar  uso  prévio de penicilinamida.

 

Conservação  para  envio

 

Até 7 dias entre 2o  e 8o  C.

 

 

Colinesterase  plasmática  -  Pseudocolinesterase

Comentários

 

A atividade da pseudocolinesterase (benzoilcolinesterase ou colinesterase II ou colinesterase plasmática) é reduzida de forma mais rápida e intensa que a colinesterase eritrocitária, refletindo a exposição aguda aos organofosforados. Apresenta meia-vida de 8 dias, tendo pouco valor nas intoxicações crônicas. A recuperação da atividade da pseudocolinesterase nas intoxicações por carbamatos ocorre após 24 horas; na intoxicação por organofosforados inicia-se em 72 horas. Pacientes com formas atípicas da enzima pseudocolinesterase, com baixa atividade enzimática, podem apresentar predisposição à apnéia após uso de relaxantes musculares. Outras condições também cursam com diminuição da pseudocolinesterase: gravidez, hipocolesterolemia, desnutrição, hepatite, cirrose hepática, tuberculose, tromboembolismo pulmonar, choque, distrofia muscular, infecções agudas, pós-operatórios, insuficiência renal crônica, insuficiência cardíaca congestiva, policitemias, artrite reumatóide, hipoproteinemia, plasmaferese, uso de medicamentos. Algumas condições cursam com aumento da pseudocolinesterase: hipercolesterolemia, obesidade, hipertrigliricidemia, hipertireoidismo, diabetes, polineurites, parkinsonismo, transfusão de hemácias e plasma, hemocromatose, síndrome nefrótica, doenças psiquiátricas, tireotoxicoses, uso de benzodiazepínicos, andrógenos, antibióticos e insulina.

Veja também  Colinesterase eritrocitária.

 

Método

Enzimático

 

Valor de  referência

 

5.000 a 14.000U/L

IBMP (NR-7): Redução de 50% em  relação a atividade  inicial.

 

Condição

 

0,8mL de soro.

Conservação  para  envio

 

Até 7 dias entre 2o  e 8oC.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                              11


Coproporfirinas,  dosagem

Comentários

 

O chumbo provoca a inibição da enzima coproporfirinogêneo descarboxilase, levando ao aumento da coproporfirina nos eritrócitos e na urina. É um indicador tardio de intoxicação por chumbo, estando elevado quando o chumbo sangüíneo encontra-se maior que 40 a 60 mcg/dl. A coproporfirina urinária é um indicador com menores sensibilidade e especificidade que a ALA-U, podendo elevar-se em hepatites, anemia hemolítica, febre reumática, poliomielite, várias intoxicações (Hg, Ag, Sb, Zn) e após consumo elevado de bebidas alcoólicas. Não deve, pois, ser utilizada de forma isolada na monitorização biológica da exposição ao chumbo. Na coproporfiria hereditária, forma de porfiria com manifestação neuropsiquiátrica ou cutânea, elevações maciças das coproporfirinas, freqüentemente superiores a dez vezes o valor de referência são observadas.

Método

 

Colorimétrico

Valor de  referência

  Normais até 100µg/g de creatinina

  Exposição  até 250µg/g de creatinina

Condição

 

-  50,0mL de  urina (urina recente - urina 24h).

 

-  Recomenda-se coletar  ao final  da jornada de trabalho, a partir  do 15º dia após o início da exposição.

 

-  Obrigatório o uso de conservante: bicarbonato de  sódio 5g/L de urina (pH entre 7,0 e 8,0).

-  Proteger  da luz (frasco âmbar  ou papel alumínio);

Laboratórios

 

Informar  volume total, horário inicial e final da coleta.

Conservação  de  envio

 

Até 5 dias entre 2o  e 8oC.

 

 

Cromo

Comentários

 

É um micronutriente essencial, envolvido no metabolismo de carboidratos e lipídeos. É utilizado nas indústrias de aço, galvanização, produção de ligas cromo-ferro, curtumes, soldagens, produção de cromatos e dicromatos, produção de tinturas e vernizes, máquinas e peças automotivas. Além de ser usado para monitorização da exposição ocupacional ao cromo, as determinações séricas e urinárias são úteis no seguimento de pacientes em nutrição parenteral prolongada, principalmente aqueles com resistência à insulina. O cromo sérico indica principalmente exposição a longo prazo. Sobrecarga de glicose pode levar à diminuição dos níveis séricos. Variações de até duas vezes nos níveis séricos do cromo ocorrem durante o dia, sendo mais elevado pela manhã e caindo após refeições. O cromo urinário reflete predominantemente a exposição recente. A excreção urinária aumenta 3 vezes 40 minutos após refeição com carboidratos. Níveis do final de jornada são superiores aos do início da jornada. Da mesma forma, níveis ao final da semana de trabalho são superiores aos do início. A NR 7 estabelece os valores de referência e o IBMP (índice biológico máximo permitido) para o cromo urinário na exposição ao cromo hexavalente. Na presença de níveis elevados devem ser primeiro avaliados a possibilidade de contaminação da amostra, tendo em vista a ampla distribuição do cromo no ambiente.

Método

Espectrofotometria de absorção  atômica (forno de grafite com  corretor  Zeeman)

 

SANGUE

Valor de  referência

 

0,7 a 2,2µg/L

Condição

 

1,0mL de soro J.O. de 8h

 

 

 

 

(continua)


 

 

 

 

12                                      


Laboratórios

 

-Enviar  material no tubo de transporte do kit fornecido pelo IHP.

 

-O contato do sangue com metais, vidro, borracha, poeira e alguns tipos de plástico (polietileno) pode contaminar a amostra.

 

-Instruções para o uso do kit para dosagem de metais em geral: -Proceder a coleta utilizando o tubo de rolha branca;

 

-Pelo fato de não haver  ativador  de coágulo, não e  necessário a homogeneização do tubo pós-coleta;

 

-Após a coleta, manter o tubo na posição vertical, até a completa coagulação, mantendo em temperatura ambiente; -Não refrigerar;

 

-Como o Tubo é de plástico PET, o tempo de coagulação completa e retração do coágulo é maior que em tubos de vidro;

 

-Após a coagulação e a total retração do coágulo, identificada pela presença de soro livre acima da camada de hemácias, proceder a centrifugação do material até a obtenção do soro livre em quantidade suficiente;

 

-NÃO CENTRIFUGAR ANTES DE OBSERVAR A COMPLETA RETRAÇÃO DO COÁGULO, pois pode haver a coagulação superficial da fibrina, que forma uma camada que retém o soro e impede a sua transferência para o tubo de transporte;

 

-Se houver a formação do coágulo de fibrina, não introduzir ponteiras, pipetex ou palitos de madeira no interior do tubo, pois este procedimento poderá gerar contaminação exógena do soro por metais, falseando o resultado;

 

-Após a retração do coágulo e a  centrifugação, destampar  o tubo de transporte e transferir  o soro tubo  a tubo;

 

-A transferência do soro ao tubo de transporte é crítica, não devendo ser utilizado pipetas. Deve ser executada de forma rápida em bancada previamente limpa, sem poeiras e que não tenha tido contato com vidrarias, metais, borrachas e alguns tipos de plástico (polietileno);

-Tampar  o tubo  de transporte e enviar  refrigerado (2ºC a 8ºC).

 

Conservação  para  envio

 

Até 7 dias entre 2o  e 8oC.

 

URINA

Valor de  referência

  até 5,0µg/g creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

 

  IBMP 30,0µg/g (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

- 10,0mL de urina (urina início ou final de jornada de trabalho - urina recente - urina 24h). - Recomenda-se a coleta ao final do último dia de jornada da semana.

 

-  Não colher  em  local de trabalho. Retirar  o uniforme, lavar  as mãos e genitália antes de colher.

 

Laboratórios

Especificar  tipo de urina e informar  volume total.

 

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 2o  e 8oC.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                              13


Etanol

Comentários

 

Avalia o nível de etanol, constituinte das bebidas alcoólicas, no organismo. A principal via de absorção é a oral, e a mais importante manifestação da sua intoxicação aguda é a depressão do sistema nervoso central. A taxa de metabolização do etanol é estimada entre 10 a 25 mg/dL/hora, sendo dependente de inúmeros fatores. As dosagens do etanol no sangue e urina podem ser utilizadas para investigação do abuso alcoólico, triagens e confirmação das suspeitas clínicas de intoxicação. Níveis sangüíneos maiores que 60 mg/dL são considerados como impeditivos para direção pela legislação atual. Níveis de etanol maiores de 500 mg/dL estão associados com inibição do centro respiratório e óbito. Podem também ser utilizadas para monitorização dos níveis de etanol no tratamento da intoxicação por metanol ou etilenoglicol.

Método

 

Cromatografia gasosa (headspace)

 

SANGUE

Valor de  Referência

R Negativo até 5 mg/dL

 

Nota: segundo o Código Nacional de Trânsito o limite de alcoolemia para condução de veículos automotores é de seis decigramas por litro (60 mg/dL).

 

Condição

-  5,0mL de plasma fluoretado.

 

-  Previamente à punção venosa, é recomendado a não utilização de substância alcoólica para anti-sepsia, devendo-se utilizar anti-sépticos que não contenham álcool ou usar sabão neutro.

-  Congelar  imediatamente após a  coleta.

 

-  É obrigatório o  preenchimento do questionário.

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 0o  e -  20oC.

 

URINA

Valor de  referência

Negativo até 5 mg/dL

Condição

 

-  5,0mL de urina (urina recente - urina início ou final jornada de trabalho).

 

-  Recomenda-se encher  totalmente o frasco para diminuir  a volatilidade.

-  Congelar  imediatamente após a  coleta.

 

Laboratórios

Especificar  tipo de urina.

 

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 0o  e -  20oC.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

14                                      


Fenol

Comentários

 

O fenol, também conhecido como ácido carbólico, é utilizado na fabricação de anti-sépticos, desinfetantes, solventes e resinas para madeiras e plásticos. Excetuando as exposições ocupacionais, raramente o homem é exposto a concentrações de fenol no ambiente em níveis suficientes para causar efeitos adversos. A American Conference of Governmental Industrial Hygienists determina como indicador de exposição biológica ao fenol sua dosagem urinária.

 

A excreção do fenol intacto e conjugado pode ser utilizada como índice de exposição, mas deve ser observado que existem outras condições que podem elevar à excreção urinária do fenol: drogas que são metabolizadas a fenol (ex.: fenilsalicilatos, barbitúricos), consumo de etanol, alimentos. Assim, fenol urinário elevado não é um indicador específico da exposição ao fenol. Exposições simultâneas ao tolueno e ao benzeno diminuem a excreção do fenol, pois o tolueno suprime a biotransformação do benzeno a fenol. Deve-se ainda ressaltar a ampla faixa de valores normais que podem ser encontrados na determinação do fenol urinário (0,5 a 81mg/L) na população não exposta. No Brasil, a NR-7 determina a dosagem do fenol urinário como indicador biológico para exposição ao fenol. Até 1994 o fenol urinário era utilizado como indicador na avaliação da exposição ao benzeno já que é o principal metabólito deste solvente, não mais sendo indicado para esta finalidade.

Método

Cromatografia gasosa

Valor de  referência

  até 20,0mg/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/Br)

  IBMP 250,0mg/g de creatinina   (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

- 50,0mL de urina. Recomenda-se coletar urina ao final do último dia de jornada de trabalho (recomenda-se evitar a primeira jornada da semana)

-  Pode-se fazer  a diferença entre pré e pós-jornada.

 

Laboratórios

 

Especificar  tipo de urina e informar  volume total.

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 2o  e 8oC.

 

 

Fluoreto

Comentários

 

A dosagem do fluoreto é utilizado como indicador biológico da exposição ao fluoreto e flúor. O fluoreto é absorvido por via gastrintestinal e quase inteiramente depositado nos ossos e dentes, possuindo atividade anticariogênica. A excreção renal é a principal forma de regulação da quantidade corporal. A NR-7 determina a dosagem de fluoreto na urina como o indicador biológico da exposição ao flúor e fluoretos. O IBMP é dependente do horário de coleta da urina. Concentrações elevadas de flúor na água potável, bem como o consumo de chá, frutos do mar e cremes dentais podem acarretar em valores elevados.

Método

 

Eletrodo íon-específico

 

Valor de  referência

  até 0,5mg/g de creatinina   (NR-7, 1994, MT/Br)

  IBMP:    3,0mg/g creatinina no início da jornada   (NR-7, 1994, MT/Br)

 

10,0mg/g creatinina no final da jornada   (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

-  50,0mL de urina recente (urina início ou final jornada de trabalho).

-   Obrigatório colher  em  frasco de polietileno. Especificar  o tipo de  urina.

 

-   Recomenda-se coletar  no início  e ao final da quarta jornada de trabalho da semana.

 

-   Não colher  em  local de trabalho. Retirar  o uniforme, lavar  as mãos e a genitália antes de colher.

 

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 0o  e -  20oC.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                              15


Inseticidas  organoclorados

Comentários

 

Constituem o grupo pioneiro dos praguicidas sintéticos, sendo o DDT (diclorodifeniltricloroetano) o seu protótipo. Foram largamente usados como defensivos agrícolas, inseticidas domiciliares e como medicamentos. No Brasil, uma portaria do Ministério da Agricultura (1985) proibiu a comercialização e uso dos produtos organoclorados destinados à agropecuária. Entretanto, ficaram como exceções: o uso de iscas formicidas à base de aldrin e dodecacloro; uso de cumpicidas à base de aldrin; uso de organoclorados no combate de vetores por órgãos públicos. Atualmente, são comercializadas fórmulas para tratamento de pediculose e escabiose (ex: Lindano) que contêm organoclorados. Os principais compostos organoclorados com atividade inseticida são divididos nos seguintes grupos: hexaclorocicloexano (BHC) e isômeros, DDT e análogos, ciclodienos, dodecacloro e clordecone. Os organoclorados podem ser dosados no sangue e urina através da cromatografia gasosa. Ressalta-se que, ao contrário dos organofosforados e carbamatos, os organoclorados não alteram a colinesterase plasmática. Nas exposições ao Dieldrin há evidências que sua síndrome tóxica se manifesta quando a concentração sangüínea se encontra entre 150 e 250mcg/L. O Endrin promove intoxicação ao atingir concentração de 50 a 100mcg/L. Na biomonitorização das exposições ocupacionais ao DDT, é sempre aconselhável a quantificação dos isômeros pp’-DDT, DDE e DDA. Atualmente, a NR-7 não aborda valores de referência e índice biológico máximo permitido (IBMP) para os organoclorados.

Método

 

Cromatografia gasosa

 

Valor de  referência

Não detectável

 

O procedimento técnico utilizado permite a detecção e quantificação dos seguintes organoclorados: Heptacloro, Aldrin, OP-DDE, PP-DDE, OP-DDD, PP-DDD, OP-DDT, PP-DDT, Mirex, alfa-BHC, beta-BHC, delta-BHC, gama-BHC, Heptacloroepoxi, Dieldrin, Endrin, Endo I, Endo II, Endo sulfato, Metoxicloro.

Condição

-  8,0mL de sangue total (heparina/EDTA).

 

-  100,0mL de urina (urina recente -  urina 24h).

 

-  Não colher  em  local de trabalho. Retirar  o uniforme, lavar  as mãos e a genitália antes de colher.

 

-  É obrigatório o preenchimento do questionário.

 

Laboratórios

 

Especificar  tipo de urina e informar  volume  total.

Conservação  para  envio

 

Até 6 dias entre 0o  e -  20oC.

 

 

Inseticidas  organofosforados

Comentários

 

Incluem uma ampla gama de produtos agrícolas e sanitários, desde os extremamente tóxicos (ex.: phorate) até aqueles com baixa toxicidade (ex.: temephos). São insolúveis em água e solúveis na maioria dos solventes orgânicos. O mecanismo fundamental da toxicidade dos organofosforados é a sua ligação de forma irreversível com a acetilcolinesterase, enzima responsável pela hidrólise da acetilcolina. Resulta, assim, no acúmulo desse neurotransmissor nas sinapses nervosas e placas motoras, ocasionando hiperestimulação e, consequentemente, toda a síndrome clínica. De acordo com a NR-7, atualmente as dosagens das colinesterases são os parâmetros para controle biológico da exposição aos organofosforados e carbamatos. Deve-se ressaltar que enquanto os organofosforados provocam uma inibição irreversível da colinesterase, os carbamatos o fazem de forma reversível e mais branda. A correlação entre severidade da toxicidade e quantidade de organofosforado no sangue e urina pode ser imprecisa. A dosagem dos organofosforados não é parâmetro indicativo de intoxicação segundo a NR-7.

Método

Cromatografia gasosa

 

Valor de  referência

Não detectável

 

Nota: Os valores citados na NR-7  são referentes a atividade da acetilcolinesterase.

 

O procedimento técnico utilizado permite a detecção e quantificação dos seguintes organofosforados: Phorate, Diazinon, Malation, Paration metílico, Paration etílico, Ethion.

 

 

(continua)


 

 

 

16                                      


Condição

 

-  10,0mL de  sangue total (heparina/EDTA).

 

-  100,0mL de urina (urina recente -  urina 24h).

 

-  Não colher  em  local de trabalho, retirar  o uniforme, lavar  as mãos e a genitália antes de colher.

 

-  É obrigatório o  preenchimento do questionário.

 

Laboratórios

Especificar  o tipo de urina e informar  volume total.

 

Conservação  para  envio

 

Até 6 dias entre 0o  e -  20oC.

 

 

Manganês

Comentários

 

O manganês (Mn) compõe uma série de enzimas do metabolismo, sendo considerado essencial na dieta humana. São fontes de exposição: a mineração, manufatura de baterias, vidros, tintas, esmaltes, cerâmicas, soldas, fósforos de segurança, pilhas secas, magnetos, catalisadores, materiais elétricos, produtos farmacêuticos, fungicidas e preservativos de madeira e borracha. As dosagens sérica e urinária do Mn são usadas, de forma separada ou em conjunto, na avaliação de toxicidade ou deficiência. Entretanto, níveis de Mn no soro ou urina não refletem diretamente a exposição passada ou atual. Níveis séricos normais podem ser encontrados em pacientes com quadro neurológico de manganismo e níveis cerebrais de Mn elevados. Ressalta-se, ainda, que não existe correlação entre níveis elevados e a gravidade do quadro clínico. Cuidados são necessários para que se evite contaminação da amostra, uma vez que os níveis ambientais de Mn são 1000 vezes maiores que os do sangue. Níveis séricos podem também elevar-se em crianças com colestase e na insuficiência hepática crônica. Níveis baixos de Mn são encontrados nos pacientes em hemodiálise, naqueles em uso de ácido valpróico e hidralazina. Estudos divergem na determinação dos valores normais para populações não expostas.

Método

 

Espectrofotometria de absorção  atômica (forno de grafite com  corretor  Zeeman)

Conservação  para  envio

 

Até 7 dias entre 2o  e 8oC.

 

SANGUE

Valor de  referência

 

<  3,3µg/L

Condição

 

1,0mL de soro.

 

Laboratórios

-Enviar  material no tubo de transporte do kit fornecido pelo IHP.

 

-O contato do sangue com metais, vidro, borracha, poeira e alguns tipos de plástico (polietileno) pode contaminar a amostra.

 

-Instruções para o uso do kit para dosagem de metais em geral: -Proceder a coleta utilizando o tubo de rolha branca;

 

-Pelo fato de não haver  ativador  de coágulo, não e  necessário a homogeneização do tubo pós-coleta;

 

-Após a coleta, manter o tubo na posição vertical, até a completa coagulação, mantendo em temperatura ambiente; -Não refrigerar;

 

-Como o Tubo é de plástico PET, o tempo de coagulação completa e retração do coágulo é maior que em tubos de vidro;

 

-Após a coagulação e a total retração do coágulo, identificada pela presença de soro livre acima da camada de hemácias, proceder a centrifugação do material até a obtenção do soro livre em quantidade suficiente;

 

-NÃO CENTRIFUGAR ANTES DE OBSERVAR A COMPLETA RETRAÇÃO DO COÁGULO, pois pode haver a coagulação superficial da fibrina, que forma uma camada que retém o soro e impede a sua transferência para o tubo de transporte;

 

-Se houver a formação do coágulo de fibrina, não introduzir ponteiras, pipetex ou palitos de madeira no interior do tubo, pois este procedimento poderá gerar contaminação exógena do soro por metais, falseando o resultado;

 

-Após a retração do coágulo e a  centrifugação, destampar  o tubo de transporte e transferir  o soro tubo  a tubo;

 

-A transferência do soro ao tubo de transporte é crítica, não devendo ser utilizado pipetas. Deve ser executada de forma rápida em bancada previamente limpa, sem poeiras e que não tenha tido contato com vidrarias, metais,

borrachas e alguns tipos de plástico (polietileno);

 

-Tampar  o tubo  de transporte e enviar  refrigerado (2ºC a 8ºC).                                                   (continua)


 

 

                                                                                              17


URINA

Valor de  referência

 

Até 10,0µg/L

Condição

-  10,0mL de  urina (urina início ou final jornada de  trabalho -  urina 24h).

 

-  Não colher  em  local de trabalho. Retirar  o uniforme, lavar  as mãos e a genitália antes de colher.

 

Laboratórios

Especificar  o tipo de urina e informar  volume total.

 

 

 

Mercúrio

Comentários

 

O mercúrio pode ser classificado em mercúrio metálico (elementar), sais de mercúrio inorgânico e mercúrio orgânico, sendo o último mais tóxico. A quantidade de mercúrio detectada no sangue e urina correlaciona-se com o grau de toxicidade. Deve-se ressaltar que a forma química do mercúrio influencia a interpretação dos resultados, e que correlação entre níveis laboratoriais e quadro clínico pode não ser absoluta, principalmente, na presença de lesão renal. Concentrações normais de mercúrio no sangue total, em indivíduos não expostos ocupacionalmente, são geralmente inferiores a 1 mcg/dl. Entretanto, indivíduos normais, que têm exposição ocupacional, leve podem apresentar rotineiramente níveis acima de 1,5 mcg/dl. Da mesma forma, uma dieta rica em peixes, frutos do mar e outros alimentos contendo mercúrio é causa comum de mercúrio moderadamente elevado na ausência de sintomas clínicos. A determinação de mercúrio em sangue total é o melhor indicador da exposição ao mercúrio orgânico (metilmercúrio). Considera-se exposição significativa ao mercúrio orgânico níveis maiores que 5 mcg/dl; no caso do mercúrio inorgânico considera-se valores maiores que 20 mcg/dl como indicativos de exposição significativa. Uma vez que menos de 10% do metilmercúrio é eliminado por excreção urinária, o teste urinário tem pouca sensibilidade para detecção do mercúrio orgânico, sendo utilizado como indicador do mercúrio inorgânico e elementar. Conforme a NR-7, o mercúrio urinário é o indicador biológico para exposição ao mercúrio inorgânico. Observa-se que manifestações clínicas de intoxicação não são comuns quando o mercúrio urinário encontra-se inferior a 500mcg/g creatinina. Mercúrio urinário pode ser usado para acompanhar terapia de quelação, que imobilizando o metal, aumenta a sua excreção urinária.

Método

 

Espectrofotometria de absorção  atômica (gerador  de  Hidretos)

Conservação  para  envio

 

Até 7 dias entre 2o  e 8oC.

 

SANGUE

Valor de  referência

 

Até 1,0µg/dL

 

Exposição significativa ao mercúrio orgânico: > 5,0µg/dL Exposição significativa ao mercúrio inorgânico: > 20,0µg/dL

Condição

10,0mL de sangue total (heparina).

 

URINA

Valor de  referência

 

Até 5,0  µg/g de creatinina   (NR-7, 1994, MT/Br)

IBMP: 35,0µg/g de creatinina   (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

-  50,0mL de  urina (urina início ou final jornada de  trabalho).

 

-  Não colher  em  local de trabalho. Retirar  o uniforme, lavar  as mãos e a genitália antes de colher.

 

-  Recomenda-se a coleta da primeira urina da manhã.

 

-  Iniciar  a monitorização após 12  meses de exposição.

Laboratórios

 

Especificar o tipo de urina e informar volume total. Adicionar 1,0mL de HNO36N para cada 100,0mL de urina, observando o pH ideal (4,0 a 4,5). Pode-se utilizar outro ácido concentrado para acidificar.


 

 

 

 

 

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Metahemoglobina

Comentários

 

A metahemoglobina é indicador biológico de exposição à anilina e ao nitrobenzeno. Entretanto, não é um indicador específico, pois também indica exposição a outros amino ou nitrocompostos e uso de certos fármacos. A anilina produz ação local no tecido cutâneo e mucosas e, após absorvida, deprime o SNC. O seu metabólito, a fenil-hidroxilamina, é o responsável em grande parte por suas ações metahemoglobinizantes. A metahemoglobina surge no sangue mais tardiamente que o paraminofenol na urina, que também é indicador do efeito da anilina.

Método

 

Co-oxímetro (espectrofotometria)

Valor de  referência

  até   2,0%   (NR-7, 1994, MT/Br)

  IBMP 5,0%   (NR-7, 1994, MT/Br)

Condição

 

5,0mL de sangue total (heparina/EDTA).

 

Recomenda-se coletar ao final do último dia da jornada de trabalho (evitar primeira jornada da semana). Pode-se fazer a diferença entre pré e pós-jornada.

Enviar  o mais rápido possível. O  exame tem  que ser  realizado no mesmo dia da coleta.

 

Conservação  para  envio

Até 48 horas entre 2º  e   8ºC.

 

SOMENTE PARA LABORATÓRIOS DE BELO HORIZONTE.

 

 

 

Metanol

Comentários

 

É utilizado como indicador biológico na monitorização da exposição ao metanol. Quadros de intoxicação podem decorrer de exposição ocupacional, bem como do uso indevido do metanol em bebidas alcoólicas. É utilizado nas indústrias como solvente, na fabricação de vernizes, plásticos, combustíveis e antidetonantes. É absorvido rapidamente pelas vias oral, respiratória e cutânea. O metanol urinário apresenta boa correlação com a concentração no sangue. A ingestão concomitante de etanol aumenta a excreção urinária no metanol.

Método

Cromatografia gasosa (Headspace)

 

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 0o  e -  20oC.

 

SANGUE

Valor de  referência

  <  0,15mg/dL

  Concentrações tóxicas: >  20,0mg/dL

Condição

5,0mL de plasma fluoretado.

 

URINA

Valor de  referência

  até 5,0mg/L   (NR-7, 1994, MT/Br)

  IBMP: 15,0mg/L   (NR-7, 1994,  MT/Br)

Condição

 

- 50,0mL de urina (urina do final de jornada). Evitar a primeira jornada da semana. - Encher o frasco totalmente para diminuir a volatilidade.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                              19


Metiletilcetona

Comentários

 

A metiletilcetona (MEC) excretada na urina pode ser utilizada como indicador de avaliação das exposições ocupacionais. A MEC é um solvente orgânico, muito inflamável, usado como solvente de resinas, vernizes, óleos e em filmes fotográficos. É rapidamente absorvida pela via respiratória. Sua excreção inalterada e de seus produtos de biotransformação (MEC) é largamente influenciada por fatores individuais. A principal ação da MEC no organismo humano é a depressão do sistema nervoso central. A MEC potencializa a toxicidade de outros solventes, especialmente, a hepatoxicidade do tetracloreto de carbono e a neurotoxicidade do hexano (inibição na biotransformação do metabólito 2,5-hexanodiona).

Método

Cromatografia gasosa (Headspace)

 

Valor de  referência

 

Não definido pela NR-7, 1994, MT/BR ₃₃ IBMP: 2,0mg/L (NR-7, 1994, MT/BR)

Condição

-  10,0mL de urina (urina de final de jornada de trabalho.

-  Recomenda-se encher  totalmente o frasco para diminuir  a volatilidade.

 

-  Recomenda-se evitar  a coleta na primeira jornada  da semana.

Laboratórios

 

Especificar  tipo de urina.

 

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 0o  e -  20oC.

 

 

Níquel

Comentários

 

O níquel é muito usado na produção de ligas de metais, baterias e óleos. O níquel elementar não é tóxico, sendo um oligoelemento essencial. O níquel carbonil é usado no refino de petróleo, tendo alta toxicidade. É absorvido por inalação, causando insuficiência respiratória, lesões renais, cardíacas e na adrenal. Pacientes em diálise podem apresentar níveis elevados. A legislação atual, não contempla a dosagem do níquel urinário como indicador biológico da exposição ao níquel. A NR-7 anterior (1978) estabelecia valores de referência e IBMP.

Método

Espectrofotometria de absorção  atômica (forno de grafite com  corretor  Zeeman)

 

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre  2o  e 8oC.

 

URINA

Valor de  referência

  até 23,0µg/L   (NR-7, 1978, MT/BR)

 

  IBMP 60,0µg/L   (NR-7, 1978, MT/BR)

Condição

 

-  10,0mL de urina (urina final jornada de trabalho  -  urina 24h)

 

-  Não colher  em  local de trabalho. Retirar  o uniforme, lavar  as mãos e a genitália antes de colher.

 

-  Recomenda-se coletar  ao final  da jornada de trabalho, após 17 a 39 horas de exposição semanal.

 

Laboratórios

Especificar  tipo de urina  e informar  volume total se for  urina 24h.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

20                                      


N-metilformamida

Comentários

 

A N-metilformamida (NMF) é um dos principais produtos da transformação da dimetilformamida (DMF). A DMF é um líquido incolor muito utilizado como solvente industrial, sendo empregado na produção de fibras acrílicas, poliuretanos, tintas, resinas, couro sintético e na indústria farmacêutica. Existe correlação direta entre os níveis de exposição, no ambiente de trabalho, aos vapores da DMF e os níveis da N-metilformamida (NMF) em urina colhida no fim do último dia da jornada de trabalho. É importante citar que a meia-vida biológica da NMF urinária após exposição cutânea à DMF é de 4,75 ± 1,63 horas, sendo mais curta (2,42 ± 0,63 horas) após a inalação de seus vapores. Na monitorização biológica da exposição à DMF é importante avaliar a possível interação metabólica entre a DMF e o tolueno, devido à redução da conversão de DMF à NMF na presença de tolueno no ar do ambiente de trabalho.

Método

 

Cromatografia Líquida de Alta  Performance -  HPLC

 

Valor  de  referência

Não definido pela NR-7, 1994, MT/BR

IBMP 40,0mg/g de creatinina (NR-7, 1994, MT/BR)

 

Condição

-  50mL de urina (final da jornada de trabalho).

-  Não deve ser  colhido no 1º dia da jornada semanal.

Conservação  para  envio

Até 10 dias entre 2o  e 8o  C.

 

Paraminofenol

Comentários

 

O paraminofenol, juntamente com a metahemoglobina, é um indicador biológico de exposição à anilina. É um metabólito excretado na urina, nas primeiras 24 horas após o final da exposição. A anilina é utilizada na fabricação de tintas, medicamentos, borrachas e plásticos. Devido ao fato de ser a excreção urinária do paraminofenol variável, não é um indicador adequado para variações individuais de exposição. O paraminofenol surge na urina mais precocemente que a metahemoglobina no sangue.

Método

 

Cromatografia Líquida de Alta  Performance  -  HPLC

Valor  de  referência

  Não definido pela  NR-7, 1994,  MT/BR

  IBMP: 50 mg/g de creatinina   (NR-7, 1994, MT/BR)

Condição

 

50,0mL de urina (urina início ou final* jornada de trabalho) *Colher durante as últimas 4 horas da jornada de trabalho.

Laboratórios

 

Especificar  tipo de urina e informar  volume total.

Conservação  para  envio

 

Até 10 dias entre 2o  e 8oC.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                              21


Selênio

Comentários

 

O selênio é um oligoelemento essencial. Após sua absorção, é rapidamente incorporado às proteínas. Os níveis séricos refletem exposição recente. Níveis em sangue total são, aproximadamente, 40% superiores aos séricos. Dosagem do selênio eritrocitário reflete exposição remota. A dosagem em sangue total é um indicador intermediário da exposição recente e remota. O selênio sérico é um bom indicador, sendo útil para o diagnóstico de sua toxicidade e deficiência. Entretanto, em pacientes assintomáticos pode-se encontrar uma grande faixa de variação dos níveis. A dosagem do selênio apresenta as seguintes aplicações clínicas: monitorar o estado nutricional de selênio em pacientes com nutrição parenteral de longa duração, submetidos à ressecção de intestino e portadores de doença de Crohn; avaliação de cardiomiopatia de causa indeterminada; monitorização de crianças com acidemia propiônica; diagnóstico de estados de toxicidade aguda.

 

Método

Espectrofotometria de absorção  atômica (forno de grafite com  corretor  Zeeman)

 

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 2o  e 8oC.

 

SANGUE

Valor de  referência

 

46,0 a 143,0µg/L

Condição

 

1,0mL de soro.

Laboratórios

 

-Enviar  material no tubo de transporte do kit fornecido pelo IHP.

 

-O contato do sangue com metais, vidro, borracha, poeira e alguns tipos de plástico (polietileno) pode contaminar a amostra.

 

-Instruções para o uso do kit para dosagem de metais em geral: -Proceder a coleta utilizando o tubo de rolha branca;

 

-Pelo fato de não haver  ativador  de coágulo, não e  necessário a homogeneização do tubo pós-coleta;

 

-Após a coleta, manter o tubo na posição vertical, até a completa coagulação, mantendo em temperatura ambiente; -Não refrigerar;

 

-Como o Tubo é de plástico PET, o tempo de coagulação completa e retração do coágulo é maior que em tubos de vidro;

 

-Após a coagulação e a total retração do coágulo, identificada pela presença de soro livre acima da camada de hemácias, proceder a centrifugação do material até a obtenção do soro livre em quantidade suficiente;

 

-NÃO CENTRIFUGAR ANTES DE OBSERVAR A COMPLETA RETRAÇÃO DO COÁGULO, pois pode haver a coagulação superficial da fibrina, que forma uma camada que retém o soro e impede a sua transferência para o tubo de transporte;

 

-Se houver a formação do coágulo de fibrina, não introduzir ponteiras, pipetex ou palitos de madeira no interior do tubo, pois este procedimento poderá gerar contaminação exógena do soro por metais, falseando o resultado;

 

-Após a retração do coágulo e a  centrifugação, destampar  o tubo de transporte e transferir  o soro tubo  a tubo;

 

-A transferência do soro ao tubo de transporte é crítica, não devendo ser utilizado pipetas. Deve ser executada de forma rápida em bancada previamente limpa, sem poeiras e que não tenha tido contato com vidrarias, metais, borrachas e alguns tipos de plástico (polietileno);

-Tampar  o tubo de transporte e enviar  refrigerado (2ºC a 8ºC).


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

22                                      


Tiocianato

Comentários

 

O tiocianato é o resultado da ligação, pela enzima rodanase, do enxofre ao cianeto no fígado. O cianeto ou gás cianídrico possui uso industrial na síntese química e como praguicida. Pode também ser encontrado em alimentos (mandioca brava, amêndoas) e medicamentos (nitroprussiato de sódio). O cianeto produz hipóxia grave. A dosagem do tiocianato é útil para monitorização da exposição ao cianeto, da toxicidade do nitroprussiato e da abstinência no tabagismo. Também utilizado para avaliar intoxicação crônica em consumidores de mandioca. É normalmente encontrado em indivíduos saudáveis e tabagistas. O controle biológico das exposições ocupacionais aos compostos cianídricos, inorgânicos ou orgânicos, pode ser realizado pela determinação do íon tiocianato em amostras de urina, ao final da jornada diária de trabalho. A redação de 1983 da NR-7 determina valores normais para não-fumantes de até 6 mg/g creatinina e IBMP de mesmo valor. A redação atual da NR-7 não contempla valores de referência ou IBMP para o tiocianato.

Método

Colorimétrico

 

Valor de  referência

  até 17,0mg/L (fumante)

  até 4,0mg/L (não fumante)

Condição

-  50,0mL de urina (urina início ou  final de jornada  de trabalho -  urina recente).

 

- Deve ser colhido após o 3o dia da exposição. Preconiza-se a coleta de duas amostras, uma de início e outra de final de jornada de trabalho. Se houver opção por uma única amostra, esta deverá ser a do final de jornada de trabalho.

 

Informações  necessárias

Informar  se é fumante.

Laboratórios

Especificar  tipo de urina.

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 2o  e 8oC.

 

 

Triagem de  drogas de abuso

ANFETAMINAS

Comentários

 

O termo anfetaminas engloba várias drogas, sendo a anfetamina e a metanfetamina (derivado n-metil da anfetamina) estimulantes do SNC. Em 24 horas, cerca de 79% da dose é excretada na urina ácida e cerca de 45% em urina alcalina. A metanfetamina é excretada inalterada na urina (44%) com uma pequena fração de anfetamina (6%). O imunoensaio utilizado no teste de triagem detecta a anfetamina e metanfetamina na urina, fornecendo resultados qualitativos. Os resultados dos testes de triagem se tornam positivos dentro de 3 horas após o uso de anfetamina ou metanfetamina, e indicam uso de anfetaminas nas 24 a 48 horas prévias. Descongestionantes nasais contendo efedrina, fenilpropanolamina, e outras drogas lícitas fenfluramina, mefetermina, fenmetrazina, fentermina, clorpromazina, metoxifenamina, quinacrina, ranitidina, isometeptina e procaína também podem produzir resultados positivos nos testes de triagem de anfetaminas. Teste positivo também ocorre com o consumo de MDMA (Ecstasy). Os métodos cromatográficos usados como testes confirmatórios (HPLC, GC/MS) podem separar especificamente os metabólitos, sendo a GC/MS o método confirmatório mais fidedigno.

Método

 

Imunoensaio enzimático

 

Nível  de  decisão

1.000nanog/mL

 

Nota: nível de decisão é o valor recomendado cientificamente e legalmente pelo Substance Abuse and Mental Health Service Administration (SAMHSA-1998).

 

Condição

 

Urina recente  (mínimo 0,5mL). Coleta assistida.

Laboratórios

 

Preencher  formulário e enviar  junto com  o material selado.

 

Conservação  para  envio

Até 3 dias entre 2o  e 8oC.

(continua)


 

 

                                                                                              23


COCAÍNA

Comentários

 

A cocaína (metilbenzoilecgonina) é um alcalóide estimulante do sistema nervoso central (SNC). Por via intra-nasal, 80% da droga é absorvida e seu pico plasmático é alcançado em 30 a 40 minutos. A meia-vida é de 5 horas e independente da via de administração. A cocaína é extensamente metabolizada no fígado e pelas esterases plasmáticas e apenas 1% da dose é excretada inalterada na urina. A benzoilecgonina é o principal metabólito encontrado na urina (40%). O imunoensaio utilizado no teste de triagem detecta a benzoilecgonina 4 horas após a inalação, possibilitando sua detecção por 24 a 48 horas, e fornecendo resultados qualitativos. Os métodos cromatográficos usados como testes confirmatórios (HPLC, GC/MS) podem separar especificamente os metabólitos, sendo a GC/MS o método confirmatório mais fidedigno.

Método

Imunoensaio enzimático

 

Nível  de  decisão

 

300nanog/mL

 

Nota: nível de decisão é o valor recomendado cientificamente e legalmente pelo Substance Abuse and Mental Health Service Administration (SAMHSA-1998).

Condição

 

Urina recente (mínimo 0,5mL). Coleta assistida.

 

Laboratórios

Preencher  formulário e enviar  junto com  o material selado.

 

Conservação  para  envio

 

Até 3 dias entre 2o  e 8oC.

 

CANABINÓIDES

Comentários

 

O   delta-9-tetrahidrocanabinol   (    9-THC)   é   o   ingrediente   psicoativo   primário   presente   na   planta   Cannabis   sativa,

consumida  como  droga  de  abuso  na  forma  de  maconha  e  haxixe.  O  11-nor-

9-THC-9-carboxílico  (9-carboxi-THC),

principal  derivado,  tem  sua  concentração  na  urina  influenciada  pela  dose  de

9-THC  absorvida,  freqüência  do  uso,

tempo  de  coleta  após  a  última  exposição,  concentração  de

9-THC  armazenado  no  tecido  gorduroso  e  quantidade

de líquidos ingerida antes da coleta. No uso ocasional (menos que duas vezes por semana) amostras geralmente são positivas por 1 a 3 dias após o consumo. Nos pacientes com uso crônico diário (duas ou três vezes por semana) espera-se encontrar amostras de urina positivas continuamente. Em usuários pesados, resultados podem permanecer positivos por meses devido à lenta liberação do 9-THC tecidual, entretanto, a maioria dos usuários crônicos ficam negativos após quatro semanas de abstinência. O pico das concentrações urinárias após uso da maconha ocorre em 7,7 a 13,9 horas, sendo dependente da concentração da droga e características individuais no usuário. Os métodos cromatográficos usados como testes confirmatórios (HPLC, GC/MS) estão indicados para confirmação dos resultados positivos no teste de triagem.

Método

 

Imunoensaio enzimático

Nível  de  decisão

 

50nanog/mL

 

Nota: nível de decisão é o valor recomendado cientificamente e legalmente pelo Substance Abuse and Mental Health Service Administration (SAMHSA-1998).

 

Condição

Urina recente (mínimo 0,5mL). Coleta assistida.

 

Laboratórios

 

Preencher  formulário e enviar  junto com  o material selado.

Conservação  para  envio

 

Até 3 dias entre 2o  e 8oC.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(continua)


 

 

 

24                                      


OPIÁCEOS

Comentários

 

A morfina, codeína e derivados semi-sintéticos da morfina pertencem à classe de drogas chamadas opiáceos. O imunoensaio utilizado no teste de triagem detecta codeína e morfina nas formas livres e conjugadas mas não é capaz de diferenciá-las, fornecendo resultado qualitativo. Outros narcóticos detectados pelo imunoensaio incluem dihidrocodeína, dihidromorfina e hidromorfina, meperidina e antagonistas de narcóticos (nalorfina). Resultados falso-positivos determinados pelo uso de ofloxacin são descritos. A morfina decorrente do uso de heroína pode ser detectada por 2 a 4 dias após a última dose. Geralmente resultados positivos são obtidos por 48 a 72 horas após uso de opióides. Os métodos cromatográficos (HPLC, GC/MS) utilizados para confirmação dos resultados positivos podem diferenciar os metabólitos, sendo a GC/MS o método confirmatório mais fidedigno.

Método

Imunoensaio enzimático

 

Nível  de  decisão

 

2.000nanog/mL

 

Nota: nível de decisão é o valor recomendado cientificamente e legalmente pelo Substance Abuse and Mental Health Service Administration (SAMHSA-1998).

Condição

 

Urina recente (mínimo 0,5mL). Coleta assistida.

 

Laboratórios

Preencher  formulário e enviar  junto com  o material selado.

 

Conservação  de  envio

 

Até 3 dias entre 2o  e 8oC.

 

 

Triclorocompostos  totais  e  frações

Comentários

 

A dosagem urinária dos triclorocompostos totais é o indicador biológico da exposição ao tricloroetileno e tricloroetano. O tricloroetileno é utilizado como desengraxante, em produtos de limpeza, praguicidas, na indústria têxtil e de síntese química. Cerca de 70% do tricloroetileno absorvido é metabolizado nos seguintes metabólitos urinários: ácido tricloroacético (TCA), tricloroetanol (TCE) e ácido monocloracético. Exposição concomitante ao etanol diminui a taxa de excreção urinária dos metabólitos. A legislação brasileira indica a monitorização na forma de triclorocompostos totais (TCA+TCE) na urina. Os triclorocompostos totais não são indicadores específicos, sendo que diversos compostos clorados (tricloroetileno, tricloroetano e hidrato de cloral) também os produzem. Fatores individuais como sexo, peso, conteúdo lipídico e ingestão de álcool influenciam de maneira significativa a formação e excreção dos triclorocompostos totais.

Método

Colorimétrico

 

Valor  de  Referência

 

Não definido pela NR-7, 1994, MT/BR

  IBMP: Exposição ao tricloroetano  Triclorocompostos totais: 40,0 mg/g creat. (NR-7,  1994, MT/BR)

  IBMP: Exposição ao tricloroetileno  Triclorocompostos totais:  300,0 mg/g creat. (NR-7,  1994, MT/BR)

Condição:

 

- 50,0mL de urina (urina colhida após final da jornada do último dia da semana). - Proteger da luz. Usar frasco âmbar.

Conservação  para  envio

 

Até 6 dias entre 2o  e 8o  C.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                              25


Zinco

Comentários

 

O Zinco (Zn) é um oligoelemento essencial, amplamente encontrado na natureza, sendo, após o ferro, o segundo oligoelemento mais abundante no corpo humano. A principal aplicação industrial do Zn é na galvanização de aço e outros metais. A dosagem do Zn sérico não é um indicador patognomônico de intoxicação ou deficiência desse metal. Os níveis séricos são insensíveis para deficiências leves, alterando-se apenas em deficiências moderadas a graves, e podem se apresentar normais em quadros de intoxicação. A dosagem do zinco eritrocitário é utilizada com os mesmos fins da sérica, tendo a particularidade de apresentar valores 4 a 10 vezes mais altos que os do soro. O zinco urinário é usado para avaliar toxicidade e deficiência de Zn em conjunto com os níveis sérico e eritrocitário. Zinco urinário elevado na presença de zinco sérico baixo pode ocorrer na cirrose hepática, etilismo, neoplasias, hepatite viral, drepanocitose, períodos pós-operatórios, uso de nutrição parenteral total e aumento do catabolismo. Zinco urinário e sérico diminuídos podem ser encontrados na deficiência do metal. Algumas drogas podem elevar o Zn urinário: bumetamida, clortalidona, cisplatina, furosemida, hidroclorotiazida, naproxeno, penicilamina e triantereno.

 

Veja também  Zinco no líquido seminal.

 

SANGUE  ERITROCITÁRIO

Método

Espectrofotometria de absorção  atômica (chama)

 

Valor de  referência

 

440 a 860µg/dL

Condição

10,0mL de sangue total (heparina).

 

Informações  necessárias

Informar  idade do paciente.

 

Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 2o  e 8oC.

 

SANGUE

Método

Espectrofotometria de absorção  atômica (chama)

 

Valor de  referência

 

70,0 a 120,0µg/dL

Condição

2,0mL de soro.

 

Laboratórios

-Enviar  material no tubo de transporte do kit fornecido pelo IHP.

 

-O contato do sangue com metais, vidro, borracha, poeira e alguns tipos de plástico (polietileno) pode contaminar a amostra.

 

-Instruções para o uso do kit para dosagem de metais em geral: -Proceder a coleta utilizando o tubo de rolha branca;

 

-Pelo fato de não haver  ativador  de coágulo, não e  necessário a homogeneização do tubo pós-coleta;

 

-Após a coleta, manter o tubo na posição vertical, até a completa coagulação, mantendo em temperatura ambiente; -Não refrigerar;

 

-Como o Tubo é de plástico PET, o tempo de coagulação completa e retração do coágulo é maior que em tubos de vidro;

 

-Após a coagulação e a total retração do coágulo, identificada pela presença de soro livre acima da camada de hemácias, proceder a centrifugação do material até a obtenção do soro livre em quantidade suficiente;

 

-NÃO CENTRIFUGAR ANTES DE OBSERVAR A COMPLETA RETRAÇÃO DO COÁGULO, pois pode haver a coagulação superficial da fibrina, que forma uma camada que retém o soro e impede a sua transferência para o tubo de transporte;

 

-Se houver a formação do coágulo de fibrina, não introduzir ponteiras, pipetex ou palitos de madeira no interior do tubo, pois este procedimento poderá gerar contaminação exógena do soro por metais, falseando o resultado;

 

-Após a retração do coágulo e a  centrifugação, destampar  o tubo de transporte e transferir  o soro tubo  a tubo;

 

-A transferência do soro ao tubo de transporte é crítica, não devendo ser utilizado pipetas. Deve ser executada de forma rápida em bancada previamente limpa, sem poeiras e que não tenha tido contato com vidrarias, metais,

borrachas e alguns tipos de plástico (polietileno);

 

-Tampar  o tubo de transporte e enviar  refrigerado (2ºC a 8ºC).                                                    (continua)


 

 

 

26                                      


Conservação  para  envio

 

Até 5 dias entre 2o  e 8oC.

 

URINA

Método

 

Espectrofotometria de absorção  atômica (chama)

Valor de  referência

 

180 a 850µg/L

Condição

 

-  50,0mL de  urina (urina início ou final jornada  de  trabalho -  urina recente -  urina 24h).

-  Não colher  após ejaculação. Intervalo mínimo para  coleta após ejaculação: 24 horas.

 

-  Não colher  em  local de trabalho. Retirar  o uniforme, lavar  as mãos e a genitália antes de colher.

 

-  Recomenda-se coletar  urina final de jornada de trabalho.

 

Laboratórios

 

Especificar tipo de urina e informar volume total. Recomenda-se acidificar a urina com ácido acético glacial.(1,0mL para cada 100,0mL de urina).

 

Conservação  para  envio

 

Até 7 dias entre 2o  e 8oC.

 

 

Zinco  protoporfirina

Comentários

 

É um indicador biológico decorrente da interferência do chumbo na síntese do heme e correlaciona-se bem com o chumbo sangüíneo. A zincoprotoporfirina (ZPP) pode permanecer elevada por anos nas intoxicações severas, em razão da inibição da síntese do heme pelo chumbo depositado e posteriormente liberado. A NR-7 estabelece valores de referência e IBMP para a ZPP na monitorização da exposição ao chumbo. A ZPP é o melhor indicador de exposição crônica que o chumbo sangüíneo por apresentar meia-vida mais longa (67 dias). Na exposição crônica, o pico de ZPP ocorre em 6 a 9 meses, enquanto o pico do chumbo sangüíneo ocorre em 3 a 6 meses. Após a eliminação da exposição, a ZPP pode permanecer acima dos valores de referência por até 2 anos. A ZPP tem menor especificidade, alterando-se em outras condições (anemia ferropriva, hemolítica e de doenças crônicas). Estudo em trabalhadores expostos mostrou que o achado de ZPP aumentada e chumbo sangüíneo em faixa não tóxica pode predizer concentrações tóxicas de chumbo sangüíneo com seis meses de antecedência, podendo, assim, indicar toxicidade incipiente.

Método

 

Hematofluorimétrico

 

Valor  de  referência

 

Até 40,0µg/100mL (NR-7, 1994,  MT/BR)

IBMP: 100,0mcg/100mL (NR-7, 1994, MT/BR)

 

Condição

 

5,0mL de sangue total (heparina).

 

Momento de amostragem “não crítico”, desde que o trabalhador esteja em trabalho contínuo, sem afastamento maior que 4 dias. Recomenda-se iniciar a monitorização após 3º mês de exposição.

Laboratórios

Enviar  em  frasco âmbar.

 

Conservação  para  envio

 

Até 3 dias entre 2o  e 8oC.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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NR-7:  Quadro  I    Parâmetros  para  controle  biológico  da  exposição  a  alguns  agentes  químicos

 

 

 

Indicador  biológico

 

Índice  biológico

 

Agente  químico

 

 

 

Valor  de  referência

máximo  permitido

 

 

Material

 

Análise

 

(IBMP)

 

Anilina

Urina

 

Paraminofenol  e/ou

-

50mg/g creat.

 

 

Sangue

 

Metaemoglobina

até 2%

5%

 

 

 

 

 

 

 

 

Arsênico

Urina

 

Arsênico

Até 10microg/g creat.

50microg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Cádmio

Urina

 

Cádmio

Até 2microg/g  creat.

5microg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Chumbo  inorgânico

Sangue

 

Chumbo

Até 40microg/dL

60microg/dL

 

 

Urina

 

Ac.delta-aminolevulínico

Até 4,5mg/g creat.

10mg/g creat.

 

 

Sangue

 

Zincoprotoporfirina

Até 40microg/dL

100microg/dL

 

 

 

 

 

 

 

 

Chumbo  tetraetila

Urina

 

Chumbo

Até 50microg/g creat.

100microg/g  creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Cromo hexavalente

Urina

 

Cromo

Até 5microg/g  creat.

30microg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Diclorometano

Sangue

 

Carboxihemoglobina

Até 1%  (não

3,5 (não fumantes)

 

 

 

 

 

fumantes)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dimetilformamida

Urina

 

N-metilformamida

 

40mg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Dissulfeto de carbono

Urina

 

Ac. 2 tio-tiazolidina

 

5mg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Organofosforados e

Sangue

 

Colinesterase eritrocitária

Determinar atividade

30% de depressão

 

carbamatos

 

 

 

pré-ocupacional

da atividade inicial

 

 

 

 

Colinesterase plasmática

 

50% de depressão

 

 

 

 

 

da atividade inicial

 

 

 

 

Colinesterase total

 

 

 

 

 

 

25% de depressão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

da atividade inicial

 

 

 

 

 

 

 

 

Estireno

Urina

 

Ac. mandélico

 

0,8g/g creat.

 

 

Urina

 

e/ou

 

 

 

 

 

 

Ac. fenilglioxílico

 

240mg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Etil-benzeno

Urina

 

Ac. mandélico

 

1,5g/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fenol

Urina

 

Fenol

20mg/g creat.

250mg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Flúor e fluoretos

Urina

 

Fluoreto

Até 0,5mg/g creat.

3mg/g creat. no

 

 

 

 

 

 

início da jornada

 

 

 

 

 

 

10mg/g creat. no

 

 

 

 

 

 

final  da jornada

 

 

 

 

 

 

 

 

Mercúrio inorgânico

Urina

 

Mercúrio

Até 5microg/g  creat.

35 microg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Metanol

Urina

 

Metanol

Até 5mg/L

15mg/L

 

 

 

 

 

 

 

 

Metil-etilcetona

Urina

 

Metil-etilcetona

 

2mg/L

 

 

 

 

 

 

 

 

Monóxido de carbono

Sangue

 

carboxihemoglobina

Até 1%  (não

3,5 (não fumantes)

 

 

 

 

 

fumantes)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

N-hexano

Urina

 

2,5-hexanodiona

 

5mg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Nitrobenzeno

Sangue

 

metahemoglobina

Até 2%

5%

 

 

 

 

 

 

 

 

Pentaclorofenol

Urina

 

Pentaclorofenol

 

2mg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Tetracloroetileno

Urina

 

Ac. tricloroacético

 

3,5mg/L

 

 

 

 

 

 

 

 

Tolueno

Urina

 

Ac. hipúrico

Até 1,5g/g  creat.

2,5g/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Tricloroetano

Urina

 

Triclorocompostos totais

 

40mg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Tricloroetileno

Urina

 

Triclorocompostos totais

 

300mg/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 

Xileno

Urina

 

Ac. metilhipúrico

 

1,5g/g creat.

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

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