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MANUAL DE EXAMES - PATOLOGIA CLÍNICA (Parte 02)

C1S esterase inibidor

Comentários

É uma proteína de fase aguda, inibidora de proteases, presente no soro de indivíduos normais. Tem papel regulador nas enzimas do complemento, coagulação e fibrinólise. A sua deficiência leva ao edema angioneurótico. A deficiência congênita, o angioedema hereditário, é caracterizada por episódios recorrentes de edemas e manifesta- se freqüentemente na primeira e segunda décadas de vida. Existem duas formas de deficiência congênita, sendo o Tipo I a forma mais comum (85% dos casos) decorrente de níveis séricos baixos; os pacientes com Tipo II têm níveis séricos normais, mas com a proteína disfuncional. As formas adquiridas, muitas vezes associadas a várias doenças linfoproliferativas e auto-imunes, manifesta-se comumente em adultos e idosos. Nos pacientes com ensaio quantitativo normal e suspeita clínica está indicado a realização do ensaio funcional, uma vez que 15% dos pacientes com angioedema hereditário apresentam este ensaio antigênico quantitativo normal.

Método

Imunoturbidimetria

Valor de referência

Homens 29 a 42mg/dL Mulheres 26 a 39mg/dL

Condição

0,8mL de soro.

 

Dessorar e resfriar imediatamente após a coleta. O material deve ser congelado e transportado no gelo.

Conservação para envio

Até 15 dias a - 20oC.

CA 15-3

Comentários

O CA 15-3 é um marcador tumoral usado no acompanhamento de pacientes com câncer de mama. O “alvo” detectado nos ensaios de CA 15-3 é uma glicoproteína, produto do gene MUC1. Normalmente, pode ser encontrada na maioria das células epiteliais glandulares e no soro, estando elevada em muitas neoplasias, incluindo adenocarcinomas e carcinomas escamosos. Inúmeros estudos têm confirmado que o CA 15-3 é o melhor marcador tumoral disponível para a avaliação do câncer de mama. Entretanto, seu uso é limitado pela sua baixa sensibilidade nas fases iniciais da doença (15% a 35%) e falta de especificidade. É consenso que o CA 15-3 não deva ser usado para triagem ou diagnóstico do câncer de mama. Desta forma, seu uso fica restrito à monitorização do tratamento e detecção de recidivas. Não é recomendado mudanças terapêuticas com base apenas nos títulos de CA 15-3 de forma isolada. Aumentos transitórios nos níveis de CA 15-3, imediatamente após o tratamento (quimioterapia), podem ocorrer, sendo as determinações seriadas mais significativas do que uma medida única. No seguimento de pacientes com câncer de mama tratado e assintomáticas, o CA 15-3 está elevado em 73% daquelas com recidiva e em 6% das sem recidiva. Elevações nos títulos do CA 15-3, acima do valor de corte, podem ocorrer em doenças benignas da mama e em até 30% das hepatopatias benignas. Cerca de 63% dos pacientes com câncer de pulmão e 80% dos casos de câncer de ovário apresentam níveis elevados de CA 15-3. É importante lembrar que 5% dos indivíduos saudáveis podem apresentar níveis elevados de CA 15-3, usualmente, de forma transitória.

Método

Eletroquimioluminescência

Valor de referência

Até 25U/mL

Nota: Este exame não deve ser utilizado para diagnóstico de forma isolada. Aumentos transitórios podem ocorrer em indivíduos saudáveis, com doenças benignas e vários tipos de neoplasias.

Condição

-0,5mL de soro.

-J.O. 8h.

Informações necessárias

Informar se está em uso de medicamentos e se já fez este exame anteriormente.

Conservação para envio

Até 4 dias entre 2o e 8oC.

 

 

 

CA 19-9

Comentários

É um marcador tumoral utilizado no câncer de pâncreas e menos freqüentemente no câncer de intestino grosso e hepático. É sintetizado nas células epiteliais, havendo diferenças genéticas na quantidade de CA 19/9 produzido (6% a 22% da população não secretam esse marcador). Não é recomendado para triagem de forma isolada. É útil para monitorar a resposta ao tratamento e prognóstico. São consideradas alterações significativas, para fins de comparação, aquelas superiores a 50% do valor anterior. Elevações também podem ser encontradas na insuficiência hepática, endometriose, Síndrome de Sjögren, fibrose pulmonar, cistos esplênico, cistadenoma de ducto hepático, pancreatite crônica, hepatite auto-imune e na colecistite xantogranulomatosa. Deve ser realizado em um mesmo laboratório para fins de seguimento e comparação.

Método

Eletroquimioluminescência

Valor de referência

< 39U/mL

Nota: Este exame não deve ser utilizado para diagnóstico de forma isolada. Aumentos transitórios podem ocorrer em indivíduos saudáveis, doenças benignas e vários tipos de neoplasias.

Condição

-0,5mL de soro.

-J.O. 8h.

Informações necessárias

Informar se está em uso de medicamentos e se já fez este exame anteriormente.

Conservação para envio

Até 4 dias entre 2o e 8oC.

CA 72-4

Comentários

Esta glicoproteína é um marcador tumoral utilizado no acompanhamento de pacientes com câncer gástrico e, menos comumente, nos cânceres de ovário e cólon. O CA 72-4 não apresenta sensibilidade e especificidade suficientes para ser utilizado como método de triagem ou diagnóstico de qualquer neoplasia. No câncer de estômago, 20% a 40% dos pacientes apresentam elevações de CA 72-4. Na avaliação da recorrência do tumor gástrico, apresenta sensibilidade em torno de 50%, antecedendo, em média, por 5 meses o diagnóstico cirúrgico. O aumento de CA 72- 4 correlaciona-se com recorrência deste carcinoma em 7 de cada 10 pacientes. Não se recomenda condutas baseadas em uma única dosagem de CA 72-4. No carcinoma de ovário, o CA 72-4 é produzido, principalmente, por tumores mucinosos. Um vez que apenas 56% dos pacientes com este tipo histológico apresentam dosagens elevadas de CA 125, o CA 72-4 tem uso potencial nestes pacientes. Níveis elevados de CA 72-4 podem ser encontrados no câncer de cólon (20% a 41%) e carcinoma de pâncreas (45%). A taxa de elevações falso-positivas do CA 72-4 é cerca de 2%. Níveis elevados são descritos em pacientes com doenças gastrintestinais benignas (adenomas, pólipos, diverticulite, colite ulcerativa, doença clorido-péptica, pancreatite, cirrose hepática), pneumopatias, doenças reumáticas, cistos ovarianos e doenças benignas de mama.

Método

Eletroquimioluminescência

Valor de referência

= 6,9U/mL

Nota: Este exame não deve ser utilizado para diagnóstico de forma isolada. Aumentos transitórios podem ocorrer em indivíduos saudáveis, com doenças benignas e vários tipos de neoplasias.

Condição

-0,7mL de soro ou plasma (heparina/EDTA).

-J.O. 8h.

Informações necessárias

Informar se está em uso de medicamentos e se já fez este exame anteriormente.

Conservação para envio

Até 3 dias entre 2o e 8oC.

 

 

 

CA 125

Comentários

O CA 125 é uma glicoproteína produzida, normalmente, pelo epitélio das serosas, tuba uterina, endométrio e endocérvix. É o marcador tumoral classicamente utilizado no câncer de ovário, não sendo, entretanto, exclusivo desta neoplasia. O CA 125, de forma isolada, apresenta valor preditivo muito baixo para ser usado como teste de triagem do câncer de ovário. Cerca de 2% das mulheres pós-menopausa saudáveis e 15% das mulheres pré- menopausa saudáveis apresentam o marcador aumentado à triagem. Níveis elevados de CA 125 ocorrem em 85% das pacientes com câncer de ovário não mucinoso, variando com o estágio. Não está elevado em 20% das pacientes à época do diagnóstico do câncer de ovário. A monitorização do tratamento e recorrências é a principal utilidade deste marcador, sendo níveis seriados mais representativos do que uma única determinação. O aumento do CA 125 pode preceder as alterações clínicas em até 11 meses. Valores elevados também são outras situações clínicas: endometriose, câncer de endométrio, câncer de mama, linfoma não-Hodgkin, neoplasias de fígado, pâncreas, cólon, pulmão, uroepiteliais, endocérvix, próstata, rabdomiossarcoma de útero, mesotelioma, carcinoma peritoneal primário, doenças hepáticas e do trato gastrintestinal, tumores benignos de útero, cistos ovarianos, síndrome de Meigs, doença inflamatória pélvica, abscesso tubo-ovariano, peritonite, teratomas e gestantes normais.

Método

Eletroquimioluminescência

Valor de referência

Até 35U/mL

Nota: Este exame não deve ser utilizado para diagnóstico de forma isolada. Aumentos transitórios podem ocorrer em indivíduos saudáveis, com doenças benignas e vários tipos de neoplasias.

Condição

-0,5mL de soro.

-J.O. 8h.

Informações necessárias

Informar se está em uso de medicamentos e se já fez este exame anteriormente.

Conservação para envio

Até 4 dias entre 2o e 8oC.

Cadeia leve kappa

Comentários

As moléculas de imunoglobulinas normais são constituídas de duas cadeias pesadas idênticas (a,d,e, ,µ), que definem as classes de imunoglobulinas, e duas cadeias idênticas de cadeias leves: kappa ( ) ou lambda ( ).

Normalmente, a produção da cadeia leve tipo Kappa é duas vezes maior que a do tipo lambda. A detecção de cadeias leves monoclonais é importante, devendo ser determinada em todas as gamopatias monoclonais e especialmente nas doenças das cadeias leves, como mieloma de cadeias leves, amiloidose primária sistêmica e doença do depósito de cadeias leves. A quantificação de cadeias leves livres por nefelometria é mais sensível que a imunofixação para detectar pequenas quantidades de cadeias leves livres monoclonais, sendo fundamental no diagnóstico e monitorização desses casos.

Método

Nefelometria

Valor de referência

Sangue 170 a 370mg/dL Urina 24h até 0,710mg/dL

Condição

-0,5mL de soro - 5,0mL de urina 24 horas.

-J.O. 8h.

Conservação para envio

Até 3 dias entre 2o e 8oC.

 

 

 

Cadeia leve lambda

Comentários

As moléculas de imunoglobulinas normais são constituídas de duas cadeias pesadas idênticas (a,d,e, ,µ), que definem as classes de imunoglobulinas e duas cadeias idênticas de cadeias leves: kappa ( ) ou lambda ( ).

Normalmente, a produção da cadeia leve tipo Kappa é duas vezes maior que a do tipo lambda. Veja também Cadeia leve kappa.

Método

Nefelometria

Valor de referência

Sangue 90,0 a 210,0mg/dL Urina 24h até 0,390mg/dL

Condição

-0,5mL de soro - 5,0mL de urina 24 horas.

-J.O. 8h.

Conservação para envio

Até 3 dias entre 2o e 8oC.

Cálcio iônico

Comentários

O cálcio iônico é a fração biologicamente ativa do cálcio sérico total, representando 43% desse. Sua concentração é mais baixa à noite e maior pela manhã. A dosagem do cálcio iônico independe da albumina, entretanto varia com o pH, aumentando na acidose; diminuindo na alcalose. Vide alterações patológicas nos Comentário do cálcio total.

Método

 

Eletrodo Seletivo com correção automática para variação do pH

 

 

 

Valor de referência

 

 

 

 

Sangue de cordão 1,30 a 1,60mmol/L ou 5,20 a 6,40mg/dL

 

 

 

2h de vida

1,21 a 1,46mmol/L ou 4,84 a 5,84mg/dL

 

 

 

24h de vida

1,10 a 1,36mmol/L ou 4,40 a 5,44mg/dL

 

 

 

Fator de conversão:

 

3 dias

1,15 a 1,42mmol/L ou 4,60 a 5,68mg/dL

 

mmoL/L

mg/dL ÷ 0,25

 

5 dias

1,22 a 1,48mmol/L ou 4,88 a 5,92mg/dL

 

Até 18 anos

1,20 a 1,35mmol/L ou 4,80 a 5,40mg/dL

 

 

 

 

 

 

Adultos

1,10 a 1,35mmol/L ou 4,40 a 5,40mg/dL

 

 

 

Condição

 

 

 

 

1 tubo de soro.

 

 

 

 

 

 

 

 

Dessorar rapidamente e congelar imediatamente, em frasco de plástico com tampa tipo Eppendorf, tubos de soroteca ou vidro, de maneira que a relação frasco/amostra seja a menor possível (menor volume de ar no interior do tubo). Não enviar a amostra em pipetas de plástico. Evitar a transferência da amostra de um tubo para outro repetidas vezes, pois, quanto maior a manipulação, maior o aumento do pH, que inviabiliza a análise. Tubos tipo Eppendorf de soroteca são fornecidos pelo laboratório.

Conservação para envio

Até 4 dias entre 0o e - 20oC.

 

Cálcio total

Comentários

Sangue: o cálcio encontra-se ligado às proteínas (47%), livre (43%) e 10% formando complexos (principalmente com fosfato, bicarbonato e citrato). A hipercalcemia é encontrada no hiperparatireoidismo, algumas neoplasias com ou sem metástases ósseas, mieloma, desidratação, hipervitaminose D, síndrome de imobilidade, hipertireoidismo, hepatopatias, insuficiência renal, sarcoidose, linfoma, uso de diuréticos e estrógenos. Níveis baixos de cálcio são encontrados na osteomalácia, pancreatite, hipomagnesemia, hipervolemia, má absorção, deficiência de vitamina D, diminuições da albumina e em situações que cursam com fósforo elevado (insuficiência renal, hipoparatireoidismo). Níveis críticos de cálcio total são aqueles inferiores a 6 mg/dl e superiores a 14 mg/dl. Na interpretação dos valores normais deve-se levar em conta níveis de albumina. Hemólise pode elevar seus resultados. A dosagem do cálcio iônico evita as distorções causadas pelas variações dos níveis da albumina.

Urina: dosagem do cálcio urinário é útil na investigação dos efeitos da vitamina D e PTH sobre a reabsorção óssea. Também utilizado na avaliação de nefrolitíase. Sua determinação é preferida na urina de 24h; urina recente pode ser utilizada realizando a razão cálcio/creatinina. A hipercalciúria é encontrada nas hipercalcemias, na hiperabsorção intestinal de cálcio, distúrbios da reabsorção tubular de cálcio, corticoterapia, osteoporose, acromegalia, hipertireoidismo, feocromocitoma e Cushing. A hipocalciúria pode ser secundária à hipocalcemia, insuficiência renal, osteomalácia, raquitismo, alcalose, uso de diuréticos e estrógenos.

SANGUE

Método

Colorimétrico

Valor de referência

8,6 a 10,0mg/dL

Condição

0,8mL de soro.

Conservação para envio

Até 7 dias entre 2o e 8oC.

URINA

 

 

Método

 

 

Colorimétrico

 

 

Valor de referência

 

Urina 24 horas:

 

Com dieta

até 180 mg/24h

Sem dieta

até 280 mg/24h

Urina recente:

 

 

Relação cálcio/creatinina

até 0,25

Condição

 

 

-Urina (urina 24h ou urina recente).

-Usar HCl 50% 20mL/L de urina, facultativo refrigerar.

 

Urina de 24h - Enviar alíquota 5mL e informar o volume total.

Dieta pobre em Cálcio (sugerida ou C.O.M.)

O paciente deverá permanecer 4 dias sem ingerir os seguinte alimentos: leite e seus derivados (manteiga, queijo, requeijão, creme de leite, etc.).

Coleta

-Do 3o para o 4o dia da dieta, colher urina de 24 horas, permanecendo sob dieta.

-Colocar no frasco, rigorosamente antes de começar a coleta, 20 mL por litro de urina de Ácido Clorídrico 6N (HCL 6N). O Ácido Clorídrico 6N será fornecido pelo laboratório.

-Colher todas as urinas sem perder nenhuma micção, trazer ao laboratório assim que terminar a coleta.

-Não colher durante o período de cólica renal ou em uso de medicamentos. Neste caso, esperar 10 dias ou C.O.M.

Conservação para envio

Até 4 dias com uso de HCl 50%.

 

Calcitonina

Comentários

A calcitonina é um hormônio produzido pelas células C parafoliculares na tireóide. Sua secreção é estimulada pelo cálcio e pela pentagastrina. A calcitonina diminui a reabsorção óssea osteoclástica. A dosagem de calcitonina encontra-se elevada no carcinoma medular de tireóide, em alguns pacientes com câncer de pulmão, mama ou pâncreas, nas pancreatites, tireoidites, falência renal, Síndrome de Zollinger-Ellison, anemia perniciosa, gestação e recém-natos. Encontra-se diminuída na agenesia tireoidiana. Sua maior utilidade é para o seguimento dos pacientes com carcinoma medular da tireóide. Em alguns pacientes com carcinoma medular da tireóide (especialmente aqueles com a forma familiar) a calcitonina basal pode estar normal; entretanto, um incremento acentuado é observado após a infusão de secretagogos. Resultados falso-negativos aos testes de estímulo com pentagastrina ocorrem em indivíduos com positividade para a mutação do RET proto-oncogene. Os níveis de calcitonina sérica não conseguem diferenciar entre a hiperplasia de células C e o microcarcinoma medular.

Veja também Teste de infusão do Cálcio ou Teste de infusão da Pentagastrina para estímulo da Calcitonina.

Método

Quimioluminescência

Valor de referência

Homens: < 8,4pg/mL. Mulheres: < 5,0 pg/mL

Condição

-0,8mL de soro.

-J.D. 4h ou C.O.M.

Informações necessárias

Já realizou cirurgia da tireóide? Há quanto tempo atrás?

Mais alguém na família está fazendo esse exame ou já operou da tireóide? Já realizou esse exame no Laboratório Echo de Análises Clínicas Ltda anteriormente? Quando?

 

Congelar imediatamente após a coleta.

Conservação para envio

Até 6 meses entre - 5o e - 25oC.

 

 

 

 

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