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MANUAL DE EXAMES - PATOLOGIA CLÍNICA (Parte 09)

IGF-1 - Somatomedina C

Comentários

O IGF-1 é um peptídeo produzido principalmente no fígado e em outros tecidos por estímulo do hormônio do crescimento. Valores baixos são observados nos extremos da idade (primeiros 5-6 anos de vida e na senilidade), hipopituitarismo, desnutrição, diabete melito, hipotireoidismo, síndrome de privação materna, atraso puberal, cirrose, hepatoma, nanismo de Laron e em alguns casos de baixa estatura com resposta ao GH normal aos testes de estímulo. Valores baixos são também encontrados nos tumores de hipófise não funcionantes, no atraso constitucional do crescimento e com a anorexia nervosa. Valores altos ocorrem na adolescência, puberdade precoce verdadeira, gestação, obesidade, gigantismo e acromegalia, retinopatia diabética. É um excelente teste para acromegalia já que apresenta pouca variação durante o dia, ao contrário do HGH. Nível de IGF-1 normal é uma evidência contra a deficiência do HGH.

Método

Quimioluminescência

Valor de referência

Idade em dias

nanog/mL

1 a 7

<27

8 a 15

<42

Idade em anos

 

1

55 a 327

2

51 a 303

3

49 a 289

4

49 a 283

5

50 a 286

6

52 a 297

7

57 a 316

8

64 a 345

9

74 a 388

10

88 a 452

11

111 a 551

12

143 a 693

13

183 a 850

14

220 a 972

15

237 a 996

16

226 a 903

17

193 a 731

18

163 a 584

19

141 a 483

20

127 a 424

21-25

116 a 358

26-30

117 a 329

31-35

115 a 307

36-40

109 a 284

41-45

101 a 267

46-50

94 a 252

51-55

87 a 283

56-60

81 a 225

61-65

75 a 212

66-70

69 a 200

71-75

64 a 188

76-80

59 a 177

81-85

55 a 166

Condição

-0,5mL de soro.

-J.D. 4h.

Conservação para envio

Congelado

 

 

IGFBP-3

Comentários

Os fatores de crescimento insulin-like (IGFs) constituem uma família de peptídeos com homologia estrutural à insulina, com potentes ações anabólicas e mitogênicas. No plasma, os IGFs estão ligados a uma família de proteínas ligadoras (IGFBPs), uma categoria composta agora por 10 membros. De todas as IGFBPs, a IGFBP-3 é a mais estudada, sendo a mais abundante na circulação, e liga aproximadamente 95% dos IGFs no sangue. Originalmente, acreditava-se que sua única função era o transporte das IGFs, modulando sua biodisponibilidade para seus receptores. Recentemente, entretanto, atividades da IGFBP-3 têm sido identificadas (em particular como agente apoptótico, inibindo a proliferação celular). Sua determinação é utilizada na avaliação de desordens do eixo GH-IGF-1.

Método

Quimioluminescência

Valor de referência

Idade em dias

mcg/mL

1 a 7

<0,8

8 a 15

0,5 a 1,4

Idade em anos

 

1

0,7 a 3,6

2

0,8 a 3,9

3

0,9 a 4,3

4

1,0 a 4,7

5

1,1 a 5,2

6

1,3 a 5,6

7

1,4 a 6,1

8

1,6 a 6,5

9

1,8 a 7,1

10

2,1 a 7,7

11

2,4 a 8,4

12

2,7 a 8,9

13

3,1 a 9,5

14

3,3 a 10

15

3,5 a 10

16

3,4 a 9,5

17

3,2 a 8,7

18

3,1 a 7,9

19

2,9 a 7,3

20

2,9 a 7,2

21-25

3,4 a 7,8

26-30

3,5 a 7,6

31-35

3,5 a 7,0

36-40

3,4 a 6,7

41-45

3,3 a 6,6

46-50

3,3 a 6,7

51-55

3,4 a 6,8

56-60

3,4 a 6,9

61-65

3,2 a 6,6

66-70

3,0 a 6,2

71-75

2,8 a 5,7

76-80

2,5 a 5,1

81-85

2,2 a 4,5

Condição

-0,3mL de soro.

-J.D. 4h.

Conservação para envio

Congelado

 

 

Imunocomplexos circulantes 9C1q IgG

Comentários

Os imunocomplexos circulantes não são normalmente expressos em indivíduos saudáveis, mas são rapidamente detectados em pacientes com artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistêmico durante a doença ativa.

Método

Imunoensaio enzimático

Valor de referência

< 34mcg/mL

Condição

0,5mL de soro.

Conservação para envio

Até 24 horas entre 2o e 8oC. Após 24 horas, congelar.

Imunofixação

Comentários

Quando paraproteínas são detectadas na eletroforese de soro, urina ou líquor, devem ser classificadas pela imunofixação. As imunoglobulinas monoclonais, também chamadas de paraproteínas ou proteínas M, derivam de uma única linhagem de células plasmáticas que podem produzir altas concentrações de um único anticorpo monoclonal que aparece como uma linha estreita na eletroforese (ex.: mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenström, amiloidose, gamopatia monoclonal de significado indeterminado). A imunofixação, que substituiu a técnica de imunoeletroforese por ser mais sensível e rápida, combina as técnicas de eletroforese e imunoprecipitação. Após a separação das proteínas séricas por eletroforese, anti-soro (contra IgA, IgG, IgM, cadeia leve kappa e lambda) é colocado sobre as frações separadas. As proteínas não precipitadas são lavadas e o imunoprecipitado é a seguir corado. A presença de proteína M é caracterizada na imunofixação pela presença de uma banda bem definida associada com uma classe de cadeia pesada (IgM, IgG, ou IgA) e banda de mesma mobilidade que reage com cadeia kappa ou lambda. Este método tem grande aplicação na identificação de proteínas M presentes em pequenas quantidades, que são difíceis de detectar por outros métodos em sangue, urina e líquor.

Veja também Eletroforese de proteínas, Proteína de Bence-Jones, Cadeias leves kappa e lambda.

Método

Imunofixação

Condição

- 0,5mL de soro - 5,0mL de líquor - 5,0mL de urina 24h.

-Soro: J.O. 8h.

-Urina: Não usar conservante. Refrigerar.

Conservação para envio

Soro: até 1 semana entre 2o e 8oC. Urina e líquor: até 3 dias entre 2o e 8oC.

 

 

Imunoglobulinas - IgG, IgA, IgM

SANGUE – IMUNOGLOBULINAS IgG, IgA, IgM

Comentários

As dosagens de imunoglobulinas são úteis nos estudos das gamopatias monoclonais, gamopatias policlonais, imunodeficiências congênitas e adquiridas. A IgG é a principal imunoglobulina (3/4 do total) podendo estar elevada no mieloma IgG, sarcoidose, doença hepática crônica, doenças autoimunes e infecções. A IgG pode estar diminuída na imunodeficiência adquirida, deficiências congênitas, gestação, síndromes perdedoras de proteínas, macroglobulinemia de Waldenströn, mieloma não secretor de IgG. A IgM, primeira imunoglobulina a surgir na resposta imunológica, encontra-se elevada na Macroglobulinemia de Waldenströn, doença hepática e infecções crônicas. A IgM pode estar reduzida na imunodeficiência adquirida, deficiências congênitas, gestação, síndromes perdedoras de proteínas, e mieloma não secretor de IgM. A ocorrência de efeito gancho é possível quando da presença de níveis elevados de imunoglobulina.

Método

Nefelometria

Valor de referência

 

Idade

IgG (mg/dL)

IgA (mg/dL)

IgM (mg/dL)

0 a 12 meses

232 a 1411

0 a 83

0 a 145

1

a 3 anos

453 a 916

20 a 100

19 a 146

4

a 6 anos

504 a 1465

27 a 195

24 a 210

7 a 9 anos

572 a 1474

34 a 305

32 a 208

10 a 11 anos

698 a 1560

53 a 204

31 a 180

12

a 13 anos

759 a 1550

58 a 359

35 a 239

14 a 15 anos

716 a 1711

47 a 249

15 a 188

16 a 19 anos

549 a 1584

61 a 348

23 a 259

 

Adulto

751 a 1560

82 a 453

46 a 304

Condição

-0,5mL de soro.

-JO 8h.

Conservação para envio

Até 3 dias entre 2o e 8oC.

SANGUE – SUBCLASSES DE IMUNOGLOBULINA IgG

Comentários

A imunoglobulina G (IgG) é constituída de 4 subclasses: IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4. Na regulação da resposta imunológica contra antígenos protéicos, os anticorpos produzidos são usualmente das subclasses IgG1 ou IgG3. Quando o estímulo antigênico é feito por polissacárides, incluindo cápsulas de bactérias, os anticorpos produzidos são principalmente da subclasse IgG2. Anormalidades nos níveis de subclasses de IgG têm sido relatadas, mais particularmente em pacientes com gamopatias monoclonais e infecções associadas a imunodeficiências primárias e secundárias. Baixas concentrações, ou mesmo ausência de IgG2 e IgG3, estão associadas a infecções recorrentes das vias respiratórias, causadas principalmente por pneumococos e hemófilos. No sangue de adultos, 70% das imunoglobulinas da classe IgG são IgG1; 20% IgG2; 6% IgG3 e 4% e IgG4. Deve-se ressaltar que o método utilizado para dosagem das subclasses de IgG é diferente do utilizado para determinação da IgG total, podendo haver diferenças entre o valor do último e a soma das subclasses.

Método

Nefelometria

SANGUE – SUBCLASSES DE IMUNOGLOBULINAS IgG

Valor de referência

 

Idades

IgG1 mg/L

IgG2 mg/L

IgG3 mg/L

IgG4 mg/L

até

2 anos

1700 a

9500

215 a 4400

134 a

694

4 a 1200

2 a

4 anos

2900 a 10650

280 a 3150

35 a

705

8 a

900

4 a

6 anos

3300 a 10650

565 a 3450

75 a 1256

18 a 1155

6 a

8 anos

2250 a 11000

420 a 3750

91 a 1069

3 a 1380

8 a

10 anos

3900 a 12350

610 a 4300

100 a

975

11 a

945

10 a

12 anos

3800 a 14200

730 a 4550

156 a 1938

14 a 1530

12 a

14 anos

1650 a 14400

710 a 4600

115 a 1775

15 a 1425

14 a

18 anos

1550 a 10200

435 a 4950

75 a 2088

45 a 1635

Adultos - Homem

2396 a 10835

1235 a 5487

276 a 1344

84 a

888

Adultos - Mulher

3422 a 11178

1476 a 5246

211 a 1142

69 a

888

Condição

-0,5mL de soro.

-J.O. 8h.

Conservação para envio

Até 5 dias entre 2o e 8oC.

LÍQUOR - IgG

Comentários

A dosagem de IgG no líquor é utilizada para avaliar o envolvimento do sistema nervoso central com infecções, neoplasias ou doença neurológica primária, em particular, a esclerose múltipla. Entretanto, níveis normais de IgG não excluem doença.

Método

Nefelometria

Valor de referência até 3,4mg/dL

Condição

-0,5mL de líquor.

-Obs: O teste imunológico no líquor deve ser realizado em paralelo com o soro, devido a possibilidade de contaminação do material durante a punção.

Conservação para envio

Até 3 dias entre 2o e 8oC.

SALIVA - IgA

Comentários

Teste útil na avaliação da imunodeficiência primária, que nas crianças está freqüentemente associada a infecções otorrinolaringológicas. A IgA está presente no sangue, secreções do trato gastrintestinal e respiratório, saliva e lágrimas bloqueando o transporte de microorganismos nas mucosas.

Método

Nefelometria

Valor de referência

Até 6 anos 1,7 a 9,1mg/dL > 6 anos 6,0 a 26,9mg/dL

Condição

0,5mL de saliva.

 

Enviar em pote estéril.

Conservação para envio

Até 3 dias entre 2o e 8oC.

 

 

Indican, pesquisa na urina

Comentários

O indican é o resultado da decomposição do triptofano intestinal, estando normalmente presente em traços na urina. Sua absorção intestinal é maior na presença de constipação ou aumento da putrefação intestinal. Assim, o indican tem seu nível aumentado nas enterites, na obstrução intestinal, no íleo paralítico e nas neoplasias gastrointestinais. O indican também apresenta-se elevado em quadros de decomposição bacteriana de proteínas corpóreas, como septicemias e gangrenas.

Veja também Triagem urinária mínima dos erros inatos do metabolismo.

Método

Colorimétrico

Valor de referência

Normal = traços

Condição

30,0mL de urina recente (jato médio da 1a urina da manhã).

Conservação para envio

Até 2 dias entre 2o e 8oC.

Inspeção do plasma refrigerado

Comentários

Este teste é útil para a avaliação da presença de quilomícrons exógenos após a refrigeração do plasma.

Valor de referência

Límpido.

Condição

-0,8mL de soro.

-JO 9h ou C.O.M.

Insulina

Comentários

Além de sua indicação no diagnóstico de insulinoma, a dosagem de insulina pode ser utilizada para estudos de outras causas de hipoglicemia (diagnóstico diferencial). Diversas formas de resistência à insulina, por diferentes mecanismos, vêm sendo descritas. A causa mais conhecida é a que acompanha a obesidade, que apresenta níveis de insulina elevados, com resposta exagerada após a sobrecarga glicídica. Nesses casos, ocorre elevação da insulinemia, frente a níveis normais ou elevados da glicemia.

Veja também Resistência à Insulina.

Método

Quimioluminescência

Valor de referência

< 29,1µU/mL

Condição

-0,5mL de soro.

-J.O. 10h ou C.O.M.

Conservação para envio

Até 7 dias entre 2o e 8oC.

 

 

Insulina, anticorpos anti

Comentários

Essencialmente, todos os pacientes tratados com insulina de porco ou boi desenvolvem anticorpos anti-insulina. Entretanto, resistência insulínica clinicamente aparente mediada por tais anticorpos raramente é observada (0,01%) nos pacientes tratados. A maioria dos anticorpos anti-insulina são IgG e poucos são IgE. A presença de anticorpos anti-insulina pode ocasionar alteração nos resultados dos ensaios para insulina. Pode estar presente em 16% a 69% dos pacientes com diagnóstico recente de diabetes mellitus tipo 1. A prevalência dos anticorpos anti-insulina é inversamente correlacionada com a idade, limitando, assim o seu uso na predição do diabetes. O risco para progressão do diabetes em parentes de primeiro grau de pacientes diabéticos tipo 1 positivos para o anticorpo anti- insulina é de 28% a 59% em 5 anos.

Método

Radioimunoensaio

Valor de referência

< 2,4% de ligação

Condição

-0,5mL de soro.

-J.D. 4h.

Conservação para envio

Congelado

Isoaglutininas

Comentários

No sistema ABO anticorpos séricos são de ocorrência natural. São formados após o nascimento com a colonização intestinal e contato com os diversos antígenos alimentares de acordo com o grupo sangüíneo do indivíduo. Utiliza-se a titulação destes anticorpos para avaliar o funcionamento do sistema imune.

Método

Aglutinação

Valor de referência

Acima de 1 ano: = 1:4

Obs: Valores menores que 1:4 podem ser encontrados em crianças abaixo de 1 ano devido a imaturidade imunológica.

Condição

0,5mL de soro + 0,5mL de sangue total (EDTA/citrato/heparina).

Conservação para envio

Até 15 dias entre 2o e 8oC.

Isopropanol, teste

Comentários

Indicado na avaliação e diagnóstico de hemoglobinas instáveis. Resultados falso-positivos podem ocorrer quando houver um aumento da concentração de hemoglobina fetal e em amostras envelhecidas.

Método

Tris/Isopropanol

Valor de referência

Negativo

Condição

3,0mL de sangue total (EDTA ou heparina).

Conservação para envio

Até 24 horas em temperatura ambiente. Até 72 horas em entre 2o e 8oC.

 

 

Isospora belli, pesquisa

Comentários

A Isospora belli é um espécie que infecta humanos por meio da ingestão de oocistos esporulados junto com a água e alimentos. Esporozoítos liberados dos oocistos invadem o intestino delgado. As infecções são normalmente autolimitadas, sendo de maior gravidade em crianças e portadores de imunodeficiência, onde acarretam diarréias aquosas crônicas.

Método

H.P.J. com microscopia ótica

Valor de referência

Negativo

Condição

-Fezes recente (sem conservantes). Cerca de metade do volume do frasco próprio para fezes.

-Enviar rapidamente ao laboratório.

Conservação para envio

Até 2 dias entre 2o e 8oC.

ITL - Índice de tiroxina livre

Comentários

O índice de tiroxina livre pode ser calculado como o produto da captação de T3 por resina e T4 total; é proporcional ao T4 livre. Apresenta estimativa satisfatória da concentração de T4 livre nas gestantes e em uma variedade de outras situações em que a concentração de TBG encontra-se leve a moderadamente alterada. Recentemente, os ensaios de TSH tornaram-se reprodutíveis e o uso do ITL tem diminuído.

Valor de referência

5,93 a 13,13

Jo-1, auto-anticorpos anti

Comentários

Estes anticorpos são direcionados contra a enzima histidil-tRNA sintetase e estão presentes em 15-20% dos pacientes com polimiosite e dermatomiosite. Existem evidências de que os títulos de anti-Jo-1 podem variar de acordo com a atividade da miosite. Está associado com com a síndrome anti-sintetase, caracterizada por doença intersticial pulmonar, poliartrite, miosite, fenômeo de Raynaud, mãos de mecânico e febre.

Método

Hemoaglutinação

Valor de referência

Negativo

Condição

-0,3mL de soro.

-J.O. 8h.

Conservação para envio

Até 7 dias entre 2o e 8oC.

 

 

Kleihauer

Comentários

Teste utilizado para evidenciar a presença de hemoglobina fetal (HbF) nas hemácias. No teste, a HbA e outras hemoglobinas são removidas dos eritrócitos, com exceção da HbF, que persiste após eluição ácida. A prova positiva revela presença de HbF. Encontra-se positiva em algumas formas de talassemias (distribuição heterogênea nas hemácias) e na persistência hereditária da hemoglobina fetal (distribuição homogênea), anemias aplásicas e microesferocitose hereditária. Em casos de análise de sangue fetal (coleta intra-uterina) é usado para confirmar se o sangue é realmente fetal ou materno. Também usado na determinação e quantificação aproximada de transfusão materno-fetal em casos de mãe Rh negativo e feto Rh positivo.

Método

Coloração pela eosina

Valor de referência

Adultos e > 2 anos de idade < 0,05% de hemácias fracamente coradas pela hemoglobina fetal. Sangue de cordão próximo de 100% de hemácias fortemente coradas pela hemoglobina fetal.

Condição

- 2,0mL de sangue total (EDTA) ou sangue de cordão/fetal (EDTA).

Conservação para envio

Até 6 horas em temperatura ambiente. Até 72 horas entre 2o e 8oC.

Lactose, pesquisa na urina

Comentários

A lactosúria pode ocorrer nos últimos meses da gravidez e durante a lactação. Ocorre também pela deficiência de lactase ou por intolerância à lactose sem carência enzimática. A diminuição da lactase pode ocorrer na doença celíaca, espru tropical, desnutrição, colo irritável e pós-gastrectomia.

Veja também Triagem urinária mínima dos erros inatos do metabolismo.

Método

Colorimétrico

Valor de referência

Negativo

Condição

-30mL de urina recente (jato médio da 1a urina da manhã).

-Enviar rapidamente ao laboratório.

Conservação para envio

Até 2 dias entre 2o e 8oC

LDL peroxidada - LDL-PX

Comentários

Valores elevados indicam ação indesejável dos radicais livres. Partículas de LDL são muito sensíveis à oxidação por radicais livres, gerando LDL peroxidada. A LDL peroxidada é citotóxica e induz à diferenciação e adesão dos monócitos às células endoteliais, sendo associada ao processo de aterosclerose.

Método

Colorimétrico

Valor de Referência

Inferior a 0,5nm/mg apoproteína

Condição

-3,0mL de soro.

-J.O. 12h.

Conservação para envio

Até 7 dias entre 2o e 8oC.

 

 

Legionella, anticorpos totais

Comentários

Legionella pneumophila é agente etiológico de pneumonia, sendo responsável por 33% destas em transplantados renais e 8,5% em infecções comunitárias. A sorologia pode auxiliar no diagnóstico quando são obtidas duas amostras: a primeira na fase aguda; a segunda após 15 dias, na convalescença. O aumento dos títulos em quatro vezes são indicativos desta infecção. Apenas 25% a 40% dos pacientes têm títulos de anticorpos elevados na primeira semana da doença. A melhor sensibilidade é obtida com a determinação dos anticorpos totais, alcançando sensibilidade de 50% e especificidade de 95%. Reações falso-positivas podem ser causadas por micobactérias, bactérias gram-negativas, Pseudomonas, Haemophilus, Bordetela, Chlamydia e Rickettsiose. A pesquisa do antígeno urinário e a PCR para Legionella permitem diagnóstico mais rápido que a sorologia.

Veja também Legionella antígeno urinário e Legionella PCR.

Método

Imunoensaio enzimático

Valor de referência

Negativo índice = 0,90

Indeterminado índice entre 0,91 a 1,09

Reagente

índice = 1,10

Condição

 

-0,5mL de soro.

-J.O. 8h.

Conservação para envio

Até 2 dias entre 2o e 8oC.

Legionella, antígeno urinário

Comentários

Este teste baseia-se na detecção de um antígeno lipopolissacarídeo da L. pneumophila sorogrupo 1 na urina. O sorogrupo 1 é o mais encontrado, sendo responsável por cerca de 70% a 80% das infecções causadas pela Legionella. O antígeno urinário é detectado em 3 dias e pode persistir por 10 a 60 dias após o início dos sintomas, não sendo afetado pelo uso prévio de antibióticos. Para infecções causadas pelo sorotipo 1, este teste apresenta sensibilidade de 83% a 99,5% e especificidade de 95% a 99,5%. Na avaliação da possibilidade de reações cruzadas entre legionelas, foi descrito que o antígeno urinário é positivo em 40% dos casos de infecção por outros sorotipos e espécies de Legionella. Desta forma, embora não detecte todos os sorotipos e espécies de Legionella, a grande aplicabilidade deste método advém da sua fácil coleta e da sua rapidez. Na presença de resultados negativos do antígeno urinário e suspeita clínica de legionelose, a PCR pode ser utilizada para confirmação diagnóstica.

Método

Imunocromatografia

Valor de referência

Negativo

Condição

Urina recente

Conservação para envio

Até 10 dias entre 2o e 8oC.

 

 

Leishmaniose, anticorpos IgG

Comentários

A sorologia para leishmaniose é útil na forma visceral (calazar). Apresenta sensibilidade para forma visceral superior a 90%, entretanto, com a possibilidade de reatividade cruzada com tripanossomíase, malária, filariose, esquistossomose e hanseníase. Pacientes imunodeprimidos e com Leishmaniose podem apresentar teste negativo. Na forma cutânea da doença a sensibilidade da sorologia é baixa. A confirmação diagnóstica requer a detecção da Leishmania em algum sítio.

Veja também PCR para Leishmania.

Método

Imunoensaio enzimático

Valor de referência

Negativo

Condição

-0,5mL de soro.

-J.O. 8h.

Conservação para envio

Até 3 dias entre 2o e 8oC.

Leishmaniose, pesquisa direta

Comentários

A pesquisa direta do parasita nas lesões é mais usada para o diagnóstico da leishmaniose tegumentar. De modo geral, as formas amastigotas são mais abundantes na fase inicial da doença, tornando-se raras em lesões antigas (resultados falso-negativos). Exame deve ser realizado antes do início do tratamento, pois parasitas desaparecem logo após instituição da terapêutica antimonial. A pesquisa direta apresenta sensiblidade de 80% nos casos de leishmaniose tegumentar.

Método

Coloração pelo May-Grunwald/Giemsa

Valor de referência

Negativo

Condição

2 esfregaços de raspado de úlceras.

 

Lavar abundantemente a lesão com solução fisiológica estéril. Essa limpeza deve ser feita para que não haja contaminação do esfregaço por cocos que, normalmente, recobrem a úlcera. Secar a lesão com gaze esterilizada e raspar com alça bacteriológica as bordas da lesão tentando, delicadamente, alcançar a região do fundo da úlcera, logo abaixo da borda. Esperar a exsudação do plasma e colhê-lo com alça bacteriológica. Fazer no mínimo 4 esfregaços em locais diferentes, usando lâminas limpas e desengorduradas. Deixar os esfregaços secarem ao ar. Outro método simples consiste em comprimir a lâmina contra a superfície cruenta da lesão, após remover crostas ou escarificar as lesões não ulceradas, forçando a saída do exsudato onde poderão ser encontrados os parasitos. Esse método dá bons resultados em lesões iniciais sem infecção bacteriana associada. Enviar o mais rápido possível.

Conservação para envio

Até 72 horas em temperatura ambiente, sem corar. Não refrigerar.

 

 

Leptina

Comentários

É uma proteína sérica de 16kDa relacionada à obesidade e descoberta em 1994. Em humanos é produzida no tecido adiposo. Parece ser uma molécula semelhante à citoquina que produz seus efeitos interagindo com receptores no SNC e tecidos periféricos. Mutações no gene da leptina, produzindo deficiência de leptina, conduz a quadros raros de obesidade extrema. Concentrações baixas podem ser encontradas em pacientes lipoatróficos.

Método

Radioimunoensaio

Valor de referência

Mulher*: 2,0 a 17,0ng/mL Homem*: 1,0 a 11,0ng/mL

*IMC entre 18 e 25kg/m2

Condição

-0,5mL de soro.

-J.D. 4h.

Conservação para envio

Congelado

Leptospirose, anticorpos IgM

Comentários

Leptospirose é uma doença febril aguda causada primariamente pela Leptospira interrogans. Anticorpos podem ser detectados a partir do 6º ao 10º dia e geralmente atingem níveis máximos após 3 a 4 semanas. São descritos sensibilidade de 89% a 94% e especificidade de 97% a 100% para este método. Os níveis de anticorpos reduzem- se gradualmente, mas podem permanecer detectáveis durante anos. A pesquisa de anticorpos IgM por imunoensaio enzimático é uma alternativa rápida para o diagnóstico, entretanto, não substitui a soroaglutinação microscópica que é o método de escolha.

Veja também Leptospirose, soroaglutinação microscópica.

Método

Imunoensaio enzimático

Valor de referência

Negativo

Condição

-0,5mL de soro.

-J.D. 4h.

Conservação para envio

Até 5 dias em geladeira entre 2o e 8oC.

 

 

Leptospirose, cultura

Comentário

A leptospirose é uma doença generalizada, febril, causada por espiroquetas do gênero Leptospira, podendo acometer o homem e animais. As leptospiras são classificadas em sorotipos com base em suas características antigênicas e podem ser cultivadas, geralmente, nos primeiros 10 dias de doença, quando utiliza-se sangue e líquor para o isolamento. Na urina, as leptospiras são preferencialmente isoladas a partir da segunda semana de doença, podendo a cultura persistir positiva por várias semanas após a convalescença. A contaminação da urina com outras bactérias pode impedir a identificação das leptospiras. Deve ser realizada em paralelo com a soroaglutinação microscópica.

Método

Cultura em meio específico.

Valor de referência

Negativo.

Nota: este exame pode apresentar resultados falso-negativos, que é uma característica do método. Deve ser realizado em paralelo com a soroaglutinação microscópica ou ELISA.

Condição

2,0mL de sangue total (EDTA); 1,0mL de líquor ou 20mL de urina recente.

Coleta de urina

Colher a urina em frasco estéril, contendo 2,0mL de bicarbonato de sódio a 8,4%. Completar o volume com a urina até a marca de 20mL.

Conservação para envio

Até 4 horas em temperatura ambiente ou refrigerado entre 2o e 8oC.

SOMENTE PARA  DE BELO HORIZONTE.

Leptospirose, pesquisa

Comentário

Não é um método indicado de rotina. A identificação de leptospiras em microscopia de campo escuro nas amostras de sangue, urina e líquor é um método que apresenta baixa sensibilidade. Deve ser realizada em paralelo com a soroaglutinação microscópica.

Método

Microscopia de campo escuro.

Valor de referência

Negativo.

Nota: este exame pode apresentar resultados falso-negativos, que é uma característica do método. Deve ser realizado em paralelo com a Leptospirose - Soroaglutinação Microscópica ou ELISA.

Condição

3,0mL de sangue total (EDTA); 20mL de urina recente ou 1,0mL de líquor.

Coleta de urina

Colher a urina em frasco estéril, contendo 2,0mL de bicarbonato de sódio a 8,4%. Completar o volume com a urina até a marca de 20mL.

Conservação para envio

Até 4 horas em temperatura ambiente ou refrigerado entre 2o e 8oC.

SOMENTE PARA  DE BELO HORIZONTE.

 

 

Leptospirose, soroaglutinação microscópica

Comentário

A reação de soroaglutinação microscópica é o método mais sensível e específico para o diagnóstico da leptospirose, sendo o método de escolha recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Utiliza antígenos vivos de cepas representativas de cada sorotipo. As aglutininas surgem na primeira ou segunda semana de doença com pico na terceira ou quarta semanas. O teste é considerado positivo na maior diluição que aglutinar 50% ou mais das leptospiras visualizadas por meio de microscopia de campo escuro.

Método

Soroaglutinação microscópica com antígenos vivos.

Valor de referência

Negativo.

Nota: título igual a 1:100, dependendo da clínica, pode ser considerado negativo. Pode ocorrer demora no aumento dos títulos dos anticorpos. O exame deve ser repetido em até 3 semanas para confirmação, nos casos suspeitos.

Antígenos utilizados

Leptospira landamana, australis, autumnalis, ballum, bataviae, bratislava, butembo, canicola, castellonis, celledoni, copenhageni, cynopteri, djasiman, gryppotyphosa, hardjo, hebdomadis, javanica, panama, icterohemorrhagiae, patoc, pomona, pyrogenes, shermani, tarassovi e wolffii.

Condição

1,0mL de soro. - J.D. de 4horas.

Conservação para envio

Até 5 dias entre 2o e 8oC.

Leucograma

BASÓFILOS – BLASTOS – EOSINÓFILOS – LINFÓCITOS – METAMIELÓCITOS – MIELÓCITOS – MONÓCITOS - NEUTRÓFILOS BASTONETES - NEUTRÓFILOS SEGMENTADOS - PROMIELÓCITOS

Comentários

Rotineiramente indicado na avaliação de infecções, inflamações, acompanhamento de terapias medicamentosas, neoplasias hematológicas, entre outras.

Veja também Hemograma.

Método

Citometria de fluxo

Condição

-1,0mL de sangue total (EDTA).

-J.D. 4H.

 

Enviar além do sangue total, 2 esfregaços sangüíneos preferencialmente confeccionados sem anticoagulante. As lâminas devem ser identificadas com nome completo do paciente ou iniciais, sendo desejável que o primeiro nome seja escrito por extenso.

Conservação para envio

Até 12 horas em temperatura ambiente.

Até 48 horas entre 2o e 8oC (caso seja enviado esfregaço sangüíneo, confeccionado imediatamente após a coleta, sem corar, junto com o sangue total).

 

 

Lipase

Comentários

A lipase é uma enzima produzida principalmente no pâncreas. Seus níveis encontram-se elevados na pancreatite, cirrose biliar primária, hemodiálise, colecistite, no uso de meperidina, morfina e na hemorragia intracraniana. Pacientes sem pancreatite, com outras doenças gastrintestinais podem apresentar amilase elevada com lipase normal. Elevações mais significativas são aquelas 3 vezes maiores que o limite superior normal. A lipase permanece elevada por vários dias.

Método

Enzimático colorimétrico

Valor de referência

Até 60U/L

Condição

0,8mL de soro.

Conservação para envio

Até 5 dias entre 2o e 8oC.

Lípides totais

Comentários

Os lípides totais provêm da absorção intestinal das gorduras e da síntese hepática e encontram-se no plasma sob a forma de complexos lipídicos e lipoprotéicos. Elevações são encontradas nas hipertrigliceridemias, hipercolesterolemias e hiperfosfolipidemias. Níveis baixos são encontrados na má absorção intestinal, a- betalipoproteinemia e Doença de Tangier. Atualmente, a dosagem de lípides totais não mais é indicada nos diversos consensos sobre dislipidemias, tendo sido substituída por métodos mais reprodutíveis.

Método

Cálculo baseado no triglicérides e colesterol total

Valor de Referência

400 a 800mg/dL

Condição

-0,8mL de soro.

-J.O. 9h ou C.O.M.

Conservação de envio

Até 3 dias entre 2o e 8oC.

Lipoproteína (a)

Comentários

É uma lipoproteína plasmática com composição muito similar à LDL. É formado por dois constituintes: apo B-100 (principal componente estrutural do LDL e VLDL) e apo (a) que apresenta grande heterogeneidade estrutural, o que pode interferir na sua determinação. Níveis de Lp(a) são determinados geneticamente, podendo ter grandes variações entre indivíduos de uma mesma população. A Lp(a) é um fator de risco independente para doença coronariana. Não é recomendado para triagem indiscriminada, mas sim para indivíduos com história familiar de doença coronariana, acidente vascular cerebral e dislipidemia. Níveis elevados de Lp(a) também são encontrados na pre-eclâmpsia, perda fetal recorrente, insuficiência renal e tromboembolismo. Para fins de comparação deve-se utilizar o mesmo método e laboratório.

Método

Nefelometria

Valor de referência

< 30,0mg/dL

Condição

-0,5mL de soro.

-J.O. 8h.

Conservação para envio

Até 3 dias entre 2o e 8oC.

 

 

Líquido amniótico - Espectrofotometria

Comentários

Na ocorrência da eritroblastose fetal, valores elevados de bilirrubina são encontrados no líquido amniótico, sendo seus níveis diretamente proporcionais ao grau da anemia do feto. A espectrofotometria estima os níveis de bilirrubina no líquido amniótico, permitindo comparação do achado com os dados de Liley.

Valor de referência

Zona 3 de Liley

Condição

5,0mL de líquido amniótico.

Informações necessárias

Informar semanas de gestação.

 

Enviar em frasco âmbar (sensível à luz).

Conservação para envio

Até 3 dias entre 2o e 8oC.

Líquido Amniótico - Testes bioquímicos de maturidade fetal

TESTE DE CLEMENTS

Comentários

O Teste de Clements (teste das bolhas) baseia-se na capacidade da lecitina de formar bolhas quando em presença de álcool absoluto e água. São feitos três tubos com diluições crescentes, o que permite avaliação da maturidade fetal. O risco de membrana hialina para o resultado de bolhas estáveis em todos os tubos é de 0,5%, subindo para 15% se houverem bolhas estáveis apenas no primeiro e segundo tubos. Se os três tubos forem negativos, ou apenas o primeiro for positivo, o índice de membrana hialina será de 80% e 30%, respectivamente.

Método

Formação de bolhas devido a presença de Lecitina e Esfingomielina, ricas em lípides

Valor de Referência

Bolhas estáveis até o terceiro tubo: maturidade pulmonar e dificilmente recém-nascido terá Síndrome de Membrana Hialina.

Bolhas estáveis no primeiro e segundo tubo: há maturidade pulmonar e havendo Síndrome de Angústia Respiratória é compatível com a vida.

Ausência de bolhas estáveis: imaturo, incompatível com a vida.

Condição

3,0mL líquido amniótico.

Conservação para envio

Até 5 dias entre 2o e 8o C.

FOSFATIDILGLICEROL

Comentários

Auxiliar na avaliação da maturação pulmonar fetal. Os fosfolípides sintetizados pelos pneumócitos entram na composição do surfactante pulmonar. A deficiência ou ausência do surfactante causa a Doença da Membrana Hialina. Dosagens realizadas no líquido amniótico predizem a maturação pulmonar fetal.

Método

Cromatografia em camada fina

Valor de Referência

Presença de Fosfatidilglicerol: feto maduro Ausência de Fosfatidilglicerol: feto imaturo

Condição

5,0mL de líquido amniótico.

Conservação para envio

Até 5 dias entre 2o a 8o C.

FOSFOLÍPIDES

Comentários

Os fosfolípides tensoativos são sintetizados pelos pneumócitos e compõem o surfactante pulmonar. Dosagens realizadas no líquido amniótico predizem a maturação pulmonar fetal.

Método

Colorimétrico

Valor de Referência

Absorbância acima de 0,150: sugere maturidade pulmonar Absorbância menor ou igual 0,150: sugere imaturidade pulmonar

Condição

- 1,0mL de líquido amniótico.

Conservação para envio

Até 5 dias entre 2o e 8o C.

Líquido ascítico, rotina

Equivale às seguintes análises:

Bacterioscopia (Gram): na peritonite bacteriana espontânea isola-se, em geral, bactérias gram-negativas (E.coli, Klebsiella pneumoniae) ou gram-positivas (S. pneumoniae, Enterococcus sp e outros Streptococcus). A peritonite bacteriana secundária é, em geral, polimicrobiana.

Citometria e citologia: polimorfonucleares acima de 250/mm3 sugerem peritonite bacteriana. Percentagem de neutrófilos acima de 50% são presuntivas de peritonite bacteriana. Predomínio de mononucleares sugere peritonite carcinomatosa ou malignidade. Citologia oncótica é positiva em 50% a 90% dos casos de carcinomatose peritoneal.Caracteres físicos (cor/aspecto/pH/densidade): apresenta-se opalescente na ascite quilosa, turvo nos quadros infecciosos e hemorrágico nas neoplasias, traumas e punção de vasos.

Amilase: níveis elevados de amilase em valores três vezes maiores que no soro são indicativos de pancreatite. Também eleva-se na perfuração de vísceras e neoplasias de ovário. Cerca de 10% dos casos de pancreatite têm amilase sérica no líquido ascítico normal.

Desidrogenase lática (LDH): normalmente níveis de LDH no líquido ascítico são 50% dos valores séricos. Está elevada nas peritonites (espontâneas e secundárias), tuberculose peritoneal e carcinomatoses. Razão LDH pleural/sérica maior que 0,6 sugere exsudato.

Glicose: normalmente, as concentrações no líquido ascítico são similares às do soro. Na presença de leucócitos e bactérias, há consumo da glicose e redução dos níveis: peritonites bacteriana espontânea, bacteriana secundária,

tuberculosa e carcinomatose peritoneal.

Proteínas: valores abaixo de 2,5 g/dl são indicativos de transudatos (ex.: cirrose, insuficiência cardíaca). Valores acima de 3 g/dl são indicativos de exsudatos (ex.: carcinomatose, ascite quilosa, pancreatite). Uso de diuréticos pode transformar transudatos em exsudatos. O gradiente de albumina entre o sangue e o líquido ascítico acima de 1,1g/dL sugere hipertensão porta.

 

Volume recomendável

Citometria e citologia: 1mL Bacterioscopia: 0,5mL

Cor, aspecto, pH, densidade, glicose, proteínas, amilase, LDH: 0,8mL

Conservação para envio

Citometria e citologia: até 6 horas entre 2o e 8oC. Proteínas: até 4 dias entre 2o e 8oC.

DHL: até 24 horas entre 2o e 8oC. Amilase: até 7 dias entre 2o e 8oC.

Glicose: até 48 horas entre 2o e 8oC (coletada em fluoreto). Bacterioscopia: imediatamente entre 2o e 8oC.

 

Os testes bioquímicos somente serão válidos se a amostra for centrifugada para separação dos elementos celulares, logo após a coleta e refrigerada.

 

 

Líquido pleural, rotina

Equivale às seguintes análises

Bacterioscopia (Gram): não afasta infecção em caso de resultados negativos.

Citometria e citologia: contagem de hemácias acima de 100.000 ocorrem no hemotórax, neoplasias e tromboembolismo. Linfocitose pode ocorrer na tuberculose, neoplasias e sarcoidose. Linfocitose e ausência de células mesoteliais sugerem tuberculose. Polimorfonucleados são encontrados nos processos infecciosos, inclusive na fase inicial da tuberculose pleural. Eosinofilia pode ser encontrada no hemotórax, pneumotórax, infarto pulmonar, infecções parasitárias e fúngicas. Resultados citológicos negativos para malignidade não excluem a possibilidade de neoplasias.

Caracteres físicos (cor/aspecto/pH/densidade): valores de pH inferiores a 7,2 podem ocorrer no empiema, artrite reumatóide, derrame parapneumônico complicado, tuberculose, malignidade, fístula esofago-pleural e acidose sistêmica.

Amilase: níveis elevados de amilase nos líquidos pleural e ascíticos estão associados à pancreatite, ruptura de esôfago e adenocarcinomas de pulmão e ovário.

Colesterol: a dosagem do colesterol no líquido pleural é útil na diferenciação entre transudatos e exsudatos. Níveis de colesterol maiores de 45mg/dL predizem exsudatos com sensibilidade de 90% e especificidade de 100%. A associação de colesterol elevado e LDH maior que 200UI/L tem sensibilidade de 99% no diagnóstico de exsudatos.

Glicose: níveis de glicose abaixo de 60 mg/dl ou 50% dos valores séricos ocorrem no derrame parapneumônico, empiema, colagenoses, tuberculose pleural e derrames malignos. Sua determinação deve ser feita em paralelo com

a dosagem sérica.

Proteínas: valores abaixo de 2,5g/dL são indicativos de transudatos (ex.: cirrose, insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica). Valores acima de 3 g/dL são indicativos de exsudatos (ex.: neoplasias, infecções, pancreatite, colagenoses, embolia, quilotórax). A razão líquido pleural/soro acima de 0,5 indica exsudato.

Desidrogenase lática (LDH): é um critério para diferenciação entre exsudato e transudato. A relação LDH pleural/sérica > 0,6 e LDH pleural > 200U/L indicam exsudato, com sensibilidade de 98% e especificidade entre 70 e 98%. Níveis de LDH acima de 1.000U/L são encontrados em neoplasias e empiema. Sua determinação deve ser

feita em paralelo com a dosagem sérica. Veja também ADA, Triglicérides, BAAR.

Volume recomendável

Citometria e citologia: 1,0mL. Bacterioscopia: 0,5mL.

Cor, aspecto, pH, densidade, glicose, proteínas, amilase, DHL, colesterol: 0,8mL.

Conservação para envio

Citometria e citologia: até 6 horas entre 2o e 8oC. Proteínas: até 4 dias entre 2o e 8oC.

Amilase: até 7 dias entre 2o e 8oC. DHL: até 24 horas entre 2o e 8oC. Amilase: até 7 dias entre 2o e 8oC.

Glicose: até 48 horas entre 2o e 8oC (coletada em fluoreto). Bacterioscopia: imediatamente entre 2o e 8oC.

Colesterol: até 3 dias entre 2o e 8oC.

 

Os testes bioquímicos somente serão válidos se a amostra for centrifugada para separação dos elementos celulares, logo após a coleta e refrigerada.

 

 

Líquido sinovial, rotina

Equivale às seguintes análises:

Citometria e citologia: o líquido sinovial normal contém de 0-150 leucócitos/mL, com menos de 25% de neutrófilos. Contagens com menos de 3.000 leucócitos sugerem processo articular não inflamatório. Valores entre 3.000 e 75.000 leucócitos, com neutrófilos acima de 50%, sugerem artrite inflamatória ou induzida por cristais. Valores entre 50.000 e 200.000, com neutrófilos acima de 90%, são encontrados nas artrites sépticas. Leucócitos abaixo de 30% sugerem quadro não inflamatório.

Caracteres físicos cor/aspecto/pH/densidade): torna-se purulento na artrite séptica e turvo em processos inflamatórios.

Ácido úrico: valores até 8 mg/dl são considerados normais, estando aumentados na artrite gotosa.

Pesquisa de cristais com luz polarizada: a pesquisa de cristais no líquido sinovial pode ser útil na determinação da etiologia do quadro articular. Os microcristais podem ser encontrados no interior das células ou livres no líquido articular. Os cristais de monourato de sódio são encontrados na artrite gotosa, possuem forma de agulha e apresentam birrefrigência negativa. Cristais de pirofosfato de cálcio são encontrados principalmente dentro de leucócitos e macrófagos na pseudogota, possuem forma rombóide e birrefringência positiva.

Glicose: normalmente, as concentrações no líquido sinovial são similares às do soro. Nos derrames articulares inflamatórios e infecciosos níveis de glicose inferiores a 50% dos valores plasmáticos são encontrados. Sua

determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.

Proteínas: elevação ocorre nos processos inflamatórios articulares.

Bacterioscopia (Gram): útil na avaliação presença de infecção bacteriana.

Volume mínimo

Citometria e citologia: 0,5 mL. Bacterioscopia: 0,5mL.

Cor, aspecto, pH, densidade, glicose, proteínas, cristais, ácido úrico: 0,5mL.

Conservação para envio

Citometria e citologia: até 6 horas entre 2o e 8oC. Cristais: até 7 dias entre 2o e 8oC.

Proteínas: até 4 dias entre 2o e 8oC.

Glicose: até 48 horas entre 2o e 8o C (coletada em fluoreto). Bacterioscopia: imediatamente entre 2o e 8oC.

Ácido úrico: até 5 dias entre 2o e 8oC.

 

Os testes bioquímicos somente serão válidos se a amostra for centrifugada para separação dos elementos celulares, logo após a coleta e refrigerada.

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